Hormônios e o Exercício
O sistema endócrino ajuda a integrar e controlar as funções corporais e, dessa forma, proporciona estabilidade ao meio ambiente interno do corpo. Os hormônios afetam quase todos os aspectos da função humana. Regulam o crescimento, o desenvolvimento e a reprodução e aprimoram a capacidade do corpo em lidar com o estresse físico e psicológico.
Os hormônios são substâncias químicas sintetizadas por uma glândula hospedeira específica e são secretados para dentro do sangue e transportados através de todo o corpo.
Além de alterar a atividade enzimática, os hormônios podem tanto facilitar quanto inibir a captação de determinadas substâncias pelas células. Por exemplo, a insulina facilita o transporte de glicose para dentro da célula, combinando-se com a glicose extracelular e um carreador da glicose dentro da membrana plasmática. Em contrapartida, o hormônio adrenalina age de maneira oposta inibindo a liberação de insulina, tornando, portanto mais lenta a captação de glicose. Este foi só um exemplo para você ver como a ação hormonal é importante e indispensável.
LIBERAÇÃO DE HORMÔNIO INDUZIDA PELO EXERCÍCIO
Um período agudo de atividade física estimula a liberação do GH e, ao ser aumentada a intensidade do exercício, observa-se uma elevação brusca na produção de GH. Esta seria uma resposta benéfica para o crescimento do músculo, do osso e do tecido conjuntivo, assim como para aprimorar a mistura metabólica durante o exercício.
Já a prolactina, que tem um efeito de mobilizar os ácidos graxos, também aumenta com o exercício. Uma curiosidade: por causa da sua importante função sexual das mulheres, sua liberação induzida pelo exercício atua nos ovários e contribui para alterações no ciclo menstrual, observada em mulheres atletas, aquelas que faze exercício visando alta performance, com prática extremamente intensa e mais de 5x/semana. As endorfinas, que bloqueiam a dor que promovem a euforia, podem afetar a alimentação e o ciclo menstrual da mulher. Elas aumentam com o exercício de longa duração. Os hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, controlam o ciclo menstrual e aumentam a deposição de gordura. Aumentam com o exercício, mas depende da fase menstrual.
As “famosas” endorfinas aumentam em geral como resposta ao exercício. A elevação de beta-endorfina durante o exercício aumenta em até 5 vezes em relação ao nível de repouso, com valores ainda mais altos ocorrendo no cérebro. Para o exercício aeróbico, a intensidade do exercício é um fator primário capaz de estimular as elevações dos níveis plasmáticos de beta-endorfina. Com o exercício de resistência, a liberação de beta-endorfina responde diferentemente aos vários protocolos de exercícios, com o protocolo de maior duração e os intervalos entremeados de repouso mais longos acarretando a maior resposta. O efeito mais notável destes hormônios foi seu papel desencadeante da denominada “alegrai do exercício” – um estado descrito por alguns como euforia e jovialidade à medida que progride a duração do exercício aeróbico de moderado a intenso.
Bom, falar de hormônios e do efeito dos exercícios é um assunto bem longo e mais complexo. Procurei apenas introduzir o assunto de forma que você saiba alguns efeitos deles sobre o nosso organismo e como o exercício deve ser sempre orientado para que ele não seja um causador de estresse e sim um fator modulador de qualquer oscilação hormonal.
Fonte: Fisiologia do Exercício - McArdle
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