Dúvidas comuns sobre a cirurgia plástica de redução dos seios
As brasileiras se renderam à moda dos seios fartos e as próteses de silicone já entraram para a lista de objetos de desejo de muitas. Algumas mulheres, porém, têm de seguir o caminho inverso para se sentirem felizes com o próprio corpo e, em vez de aumentarem os seios, precisam diminuir o seu volume. A seguir, o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esclarece as dúvidas mais comuns sobre a cirurgia plástica de redução das mamas: 1) Quando a cirurgia plástica para redução das mamas é indicada? Ruben Penteado - A cirurgia plástica de redução ou mamoplastia redutora é indicada não só para quem deseja diminuir o tamanho do seio, mas também para quem está descontente com a forma da mama. Muito além de ser apenas uma preocupação estética, muitas mulheres procuram a cirurgia por uma questão de saúde. O excesso de peso das mamas pode causar dores nas costas e até mesmo problemas de coluna. Há ainda aquelas que sofrem com assaduras na parte inferior do seio e com dores e machucados constantes nos ombros por causa da alça do sutiã. 2) Como definir se a mama realmente é grande demais e a cirurgia se faz necessária? Ruben Penteado - Não há como fazer este cálculo matematicamente e a decisão final é mesmo da mulher. A paciente deve informar ao médico se a mama é motivo de desconforto. A queixa pode ser baseada em uma questão puramente estética ou em incômodos físicos. Por exemplo, ela pode perceber que está ficando corcunda, pode apresentar dores freqüentes nos ombros, ou, ainda qu erer que o seio fosse menos flácido. Todas as informações são avaliadas pelo cirurgião. 3) Existe um momento apropriado para reduzir as mamas, como por exemplo, antes ou depois da adolescência? Ruben Penteado - Para muitas mulheres, o incômodo surge desde cedo. No entanto, as adolescentes precisam ter cal ma antes de buscar a solução na mesa de cirurgia. Isso porque, na adolescência, a mama ainda está em desenvolvimento. Os especialistas dizem que, em geral, essa etapa fisiológica vai até os 16 anos, mas, em algumas mulheres, a mama pode crescer até os 20 anos. O ideal é que se observe se a mama já alcançou seu tamanho definitivo, para então avaliar a necessidade de cirurgia. Aos 16 anos, por exemplo, muitas garotas ainda estão em fase de desenvolvimento físico e as formas e os tamanhos de partes de seu corpo podem mudar, como no caso das mamas. Quanto mais tarde a menina entra na puberdade, mais tempo demora para finalizar as mudanças em seu corpo e para alcançar o tamanho final das mamas. Durante a adolescência pode acontecer também um crescimento desigual dos seios. Em geral, até o final da puberdade, es sa diferença se equilibra e os seios tendem a ficar semelhantes. Tudo isto precisa ser dito à adolescente para aplacar a sua ansiedade. No entanto, no caso das mamas muito grandes, chamadas de gigantomastias, a cirurgia pode ser feita mesmo precocemente, aos 15-16 anos, ou até antes, quando constatado que o grande tamanho dificulta o desenvolvimento adequado do restante do corpo. 4) No caso da redução de mamas, como definir o tamanho ideal dos seios? Ruben Penteado - Quando o tamanho dos seios não agrada e incomoda, a paciente não deve se preocupar em estabelecer um novo tamanho desejado para os seios. É papel do médico fazer simulações para que a paciente indique como gostaria que os seios ficassem e, na cirurgia, buscar este resultado. O que mais importa não é o quanto se deve tirar, e sim como será o resultado final. Tudo é pensado para proporcionar harmonia ao biotipo da paciente. Muitas vezes, temos de tirar quantidades diferentes de tecidos dos seios. 5) Como são as cicatrizes deixadas pela mamoplastia redutora? Ruben Penteado - Entre as mulheres, há uma grande preocupação quanto à cicatriz deixada pela operação. Novamente, isso dependerá da técnica usada pelo médico, do tipo de mama e da quantidade de tecido a ser retirado. É possível deixar cicatrizes bem discretas, mas os especialistas alertam que a técnica empregada varia de caso para caso . Usamos técnicas diferentes, já que as mamas das mulheres não são iguais. Sempre escolhemos a técnica que corrija a mama da melhor forma e tenha a menor cicatriz possível. Quanto mais glândula e pele tiverem de ser retiradas, maior será a cicatriz. Uma técnica muito utilizada é a que deixa uma cicatriz em torno da auréola, chamada periareolar. Em boa parte dos casos, a mama tem de ser suspendida e a auréola muda de posição. As cicatrizes podem ser ainda em forma de "T" invertido, na parte inferior da mama ou em formato de "L" e "I" . É importante saber que as cicatrizes passam por diversas fases de transformação até atingirem seu estado final. Então, é preciso controlar a ansiedade. Em geral, apenas depois de um ano pode-se observar o aspecto definitivo da cicatriz, quando ela se tornará mais clara e menos consistente. 6) Após a mamoplastia redutora, os seios podem voltar a crescer? Ruben Penteado - Algumas mulheres temem que após a cirurgia, os seios voltem a crescer. Isto vai depender dos hábitos de vida de cada uma, após a operação. Na adolescência, o seio é constituído principalmente de glândula mamária. Conforme a mulher envelhece, o corre a transformação de parte da glândula em gordura. Por isso, a mama tende a ficar mais flácida. A cirurgia de redução das mamas retira parte da glândula e também da gordura. A glândula não volta a crescer após seu período de desenvolvimento, mas a gordura pode voltar a se acumular na área. Se a paciente engordar, vai haver acúmulo de gordura no corpo todo, inclusive nas mamas. 7) Após a gestação, a mulher pode fazer uma mamoplastia redutora? Ruben Penteado - A gravidez é um importante fator na aceleração da ptose mamária. A mamoplastia de redução tem como objetivo reverter este quadro, suspendendo a mama e retirando o excesso de pele e tecido mamário existentes. É indicada para a redução de mamas volumosas e para suspensão de mamas ptosadas (caídas). Pode também ser indicada para correção de assimetrias entre as mamas. Após a cirurgia, o movimento dos braços fica bem limitado e as atividades físicas moderadas normalmente são liberadas dois meses depois da cirurgia. Será necessária uma ajuda extra para cuidar do bebê. A paciente deverá ficar afastada de esforços por 30 dias, evitando elevar os braços nos primeiros 14 dias. Deve-se também usar um soutien, sem aros e sem renda, por aproximadamente um mês. A prática de esportes poderá ser retomada após dois meses. < o:p> Veja mais sobre o assunto em nossa coluna de Cirurgia Plástica e Saúde com Dr. Alan Landecker |
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