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Dr. Filippo Pedrinola - CRM 62.253
Endocrinologia e Saúde
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A polêmica do Victoza

Há muito tempo já se sabe que não existe milagre para emagrecer, porém, mesmo assim, de tempos em tempos surge uma proposta, uma dieta ou uma medicação que promete a perda de peso sem esforço. O sobrepeso e a obesidade são conseqüência de maus hábitos de vida como o sedentarismo, a má alimentação e o descontrole emocional.

É verdade que a genética tem sua parcela de participação, mas vivemos numa era de doenças crônicas relacionadas a estilo de vida inadequado.

O Liraglutida (Victoza) é uma medicação injetável que foi lançada há menos de 3 anos na Europa e posteriormente nos EUA para auxiliar no tratamento do Diabetes tipo II, aquele que não precisa de insulina. Seu mecanismo de ação é muito interessante, pois “imita” um mensageiro químico produzido no nosso próprio organismo conhecido como GLP-1, de atuar diretamente no centro da saciedade cerebral, além de diminuir a velocidade do esvaziamento do estômago e melhorar a produção de insulina. Com isso leva a uma importante sensação de saciedade e ajuda no controle da glicose, o que faz com que os pacientes diabéticos percam peso, principalmente aquela gordura visceral, abdominal, que aumenta o risco do surgimento de doenças cardiovasculares como infarto e derrame.

Esse “efeito colateral” emagrecedor chamou a atenção do fabricante e dos médicos que passaram a prescrever essa medicação não só para diabéticos, mas também para pacientes com excesso de peso importante e que tem contraindicação ao uso de inibidores de apetite.

Recentemente, dois importantes estudos foram publicados nas revistas médicas “International Journal of Obesity” e “The Lancet” com pacientes voluntários não diabéticos com excesso de peso. Um outro grande estudo que engloba 5000 pacientes de 27 países está em andamento para ser apresentado às autoridades de saúde para que possa ser indicado como emagrecedor.

Atualmente, a indicação do Liraglutida ainda é restrita a diabético tipo II, ressaltando que seu uso “off label” com objetivo de perda de peso deve ser criteriosamente avaliado caso a caso uma vez que, como qualquer outra medicação, pode levar a efeitos colaterais e deve ser prescrito e acompanhado de perto pelo médico.


Dr. Filippo Pedrinola- Endocrinologista - CRM 62.253








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