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Dr. Luis Felipe Ensina - CRM 86.758
Alergologista
Artigos | Currículo   

Urticária

A urticária é uma das formas mais comuns de alergia de pele, podendo acometer até 20% da população em algum momento da vida. Ela se caracteriza pelo aparecimento de placas avermelhadas (e/ou vergões) pelo corpo, com bastante coceira, e que vão mudando de lugar em poucas horas. Muitos pacientes descrevem as lesões de urticária como se fossem “grandes picadas de pernilongo” que aparecem em diferentes locais, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, a urticária é acompanhada de inchaço nas pálpebras, lábios, língua, orelhas e genitais – o angioedema.


A maior parte das urticárias agudas são causadas por infecções virais em crianças, medicamentos em adultos, e alimentos em ambos. Os medicamentos mais frequentemente envolvidos são os anti-inflamatórios, como a aspirina, o diclofenaco e a dipirona. Nas crianças, os alimentos mais comumente relacionados com as urticárias são o leite, ovo, soja e trigo, enquanto que nos adultos os frutos do mar, peixe, amendoim, castanhas e nozes. Dessa forma, o diagnóstico da causa da uritcária aguda é relativamente fácil, uma vez que se estabelece uma relação direta entre o fator desencadeante e os sintomas da urticária.

Por outro lado, mais de 80% das urticárias crônicas (aquelas que duram mais do que 6 semanas), não tem uma causa definida. Isso significa que mesmo quando investigada através dos mais diversos exames possíveis, a causa da urticária não é encontrada. Acredita-se que pelo menos metade destas urticárias sem causa definida, que denominamos de urticárias idiopáticas, sejam de origem auto-imune, ou seja, o próprio corpo produzindo anticorpos contra ele mesmo. O grande problema é que ainda não existe um método (teste ou exame) bom o suficiente para se fazer o diagnóstico de urticária auto-imune. Dessa maneira, utilizamos alguns outros exames relacionados com auto-imunidade que podem ajudar a reforçar a possibilidade desta ser a causa.

É muito comum pacientes com urticária crônica ficarem ansiosos ou angustiados por observarem que o seu problema persiste e não se encontra a causa. No entanto, as urticária crônicas idiopáticas geralmente duram um tempo, que pode ser até de alguns anos, mas em seguida regridem ou até desaparecem por completo. Por isso é muito importante que enquanto a urticária esteja em atividade ela esteja totalmente controlada. A urticária mal controlada, embora não traga um risco maior, é capaz de acabar com a qualidade de vida de seus portadores.

Existe ainda um grupo de urticária não tão comum, mais um tanto quanto curioso: são as urticárias físicas. As urticárias físicas são aquelas causadas por estímulos físicos como frio, calor, contato, pressão, etc. Nestes casos o diagnóstico é mais fácil, mas o tratamento nem tanto. O mesmo ocorre com outros tipos de urticária como a urticária colinérgica, que é aquela que aparece em situações em que há um aumento da temperatura corporal, como banho quente, sol ou atividades físicas.

O tratamento das urticárias em geral é feito com anti-histamínicos (anti-alérgicos), que podem ser usados em doses bastante elevadas nos casos mais difíceis. A maior parte dos anti-histamínicos mais modernos não provocam sonolência e, portanto, não interferem no trabalhos ou estudos. Eventualmente outras medicações como os anti-histamínicos H2 (usados para o tratamento de problemas de estômago) e os anti-leucotrienos (usados para o tratamento da asma e da rinite) também podem ser utilizados para tratar as urticárias. Os corticosteróides, por sua vez, só devem ser usados para o tratamento das urticárias agudas e graves, e jamais nas urticárias crônicas.








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