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Dr. Sidney Klajner – CRM: 73.264
Aparelho Digestivo e Saúde
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Quais as causas da GASTRITE?

A gastrite é caracterizada pela inflamação do tecido que reveste a parede interna do estômago. Ela pode ocorrer em uma região ou acometer todo o órgão, o que chamamos de pangastrite.

No processo da digestão, desde a mastigação, o estômago produz ácido para a digestão dos alimentos. Trata-se, pois, de um ambiente hostil onde, muitas vezes, o ácido pode agredir a própria mucosa do estômago. Para se proteger, o nosso organismo produz um filme protetor, gerando uma condição de equilíbrio para que o ácido não agrida o estômago.

A gastrite ocorre toda vez que houver uma perda desse equilíbrio, ou seja, quando existir uma hiperacidez ( excesso de produção do ácido) ou quando existir uma deficiência da defesa da mucosa.


Causas

A hiperacidez do estômago está intimamente ligada a fatores de equilíbrio emocional. Stress, má qualidade de vida, preocupações, geram hiperacidez que deslocam o equilíbrio, causando a agressão. Outros fatores que podem causar um quadro de gastrite estão relacionados à má alimentação, permanecer muito tempo em jejum, consumir alimentos que são irritantes gástricos, como produtos muito condimentados, café em excesso e outras substâncias com cafeína (energéticos), álcool e etc.

No caso da gastrite por baixa produção de muco, ela ocorre em uma série de situações, entre as quais aquelas provocadas por efeitos colaterais de medicações. Os maiores exemplos são os anti-inflamatórios, que podem ser os não-hormonais, como diclofenaco (de sódio e potássio), cetoprofeno, ácido acetilsalicílico (aspirina) ou os anti-inflamatórios hormonais, como a cortisona.

O avanço da idade faz com que se produza menos filme protetor do estômago, logo, as causas de gastrite no idoso são mais frequentemente por falta de defesa do organismo, do que por excesso de agressão. Ao contrário, os mais jovens tendem a ter gastrite pelos motivos vistos acima.


Diagnóstico
O Diagnóstico, na maioria das vezes, passa por uma consulta com anamnese minuciosa onde são levantadas todas as questões relacionadas à qualidade de vida, alimentação, parte emocional, relação com familiares e amigos. Essas situações que podem gerar um quadro de gastrite devem ser levadas em consideração porque elas influenciam o tratamento. A informação sobre as medicações que o paciente faz uso é também muito importante. Se houver uma forte suspeita de gastrite, já é possível iniciar o tratamento, até como um teste para acompanhar a evolução do paciente, o que chamamos de prova terapêutica. Nos casos onde existem dúvidas ou que julgamos que o fechamento do diagnóstico é importante para o paciente, é solicitada a endoscopia.

A investigação através de exames complementares sempre é válida em pessoas mais idosas pois alguns sintomas, como queixas de dor no estômago, queimação que pode piorar ou melhorar às refeições, são bastante parecidas com a sintomatologia da gastrite, mas muitas vezes estão relacionadas a outras doenças.

O exame de endoscopia é feito através de uma câmera, onde o endoscopista consegue visualizar o estômago por dentro, observando o aspecto da mucosa e, se necessário, realizar biópsias para pesquisar a presença ou não de bactéria ou as outras suspeitas presentes no próprio exame. A bactéria que estamos falando é o Helicobacter Pylori, descoberta há mais de 20 anos, e que antigamente foi interpretada como a causa da gastrite ou da úlcera; hoje sabemos que não é exatamente assim.

O H.Pylori pode ser um habitante normal do estômago da maioria das pessoas. Já para outras, ela pode participar da origem da úlcera, fazer com que gastrites mais intensas sejam difíceis de tratar, ser fator deflagrador genético de um câncer de estômago ou de um linfoma. Nesses casos é preciso iniciar o tratamento, por exemplo, em pacientes com antecedente familiar direto de câncer de estômago.

Tratamento:

O tratamento habitual tem a ver com a mudança na qualidade de vida e o uso de medicações que inibem a acidez. Dentro dessa classe estão os derivados da cimetidina e ranitidina, que são medicações mais antigas, porém eficazes e o omeprazol e todos os seus derivados – os chamados inibidores da bomba de ácido – que são mais comumente utilizados hoje em dia.

Pode-se tratar a gastrite também tentando aumentar a defesa do estômago. Isso é conseguido através de antiácidos líquidos, como o hidróxido de alumínio por exemplo, ou com substâncias que revestem o estômago, como o sucralfato – que forma um filme protetor da mucosa do estômago, aumentando a proteção.








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