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13/08/2007
Fumar é prejudicial à visão

“Fumar é prejudicial à visão”: os maços de cigarro deveriam estampar também esta advertência

Quatro boas razões para deixar de fumar agora: evitar a queda das pálpebras, o aparecimento da catarata, o surgimento da degeneração macular e da oftalmopatia de Graves.

Instituído, em 1986, pela Lei Federal N°7488, o Dia 29 de agosto é, oficialmente, o Dia Nacional do Combate ao Fumo. A data é lembrada, todos os anos, por diversas especialidades médicas pela gravidade das conseqüências do ato de fumar. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, INCA, o tabagismo é responsável por:


  • 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora)

  • 25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do miocárdio

  • 45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa etária abaixo dos 60 anos

  • 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos

  • 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema

  • 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos)

  • 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero)

  • 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral)


  • “Em comparação com quem não fuma, os fumantes apresentam um risco duas vezes maior de catarata e de duas a três vezes maior de desenvolver a degeneração macular relacionada à idade. Por isto, defendemos a idéia de que os maços de cigarro deviam estampar também estas advertências”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares, IMO. Segundo o médico, os efeitos maléficos do tabagismo também estão associados à queda das pálpebras, que provoca uma diminuição do campo visual e ao aparecimento da oftalmopatia de Graves, doença que apresenta como sintomas retração palpebral, lagoftalmo, edema palpebral, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho, proptose axial e, por vezes, disfunção da motilidade ocular.

    Queda das pálpebras

    É crescente o número de homens e mulheres que procuram a blefaroplastia, cirurgia de correção de pálpebra. “Entretanto, mais do que a harmonia facial, este paciente busca enxergar melhor. Em casos extremos, a queda da pálpebra superior e da inferior resulta numa diminuição do campo visual, ardência, lacrimejamento constante”, explica a oftalmologista Fernanda Takay, especializada em oculoplastia, que também integra o corpo clínico do IMO.

    A perda da elasticidade da pele, a ação da força da gravidade, o tabagismo e a radiação solar são fatores que causam o envelhecimento facial e, conseqüentemente, favorecem o surgimento de alterações nas pálpebras. A flacidez natural dos tecidos e alguns fatores genéticos e raciais têm papel preponderante no surgimento de alterações no formato das pálpebras e no aparecimento de bolsas de gordura que podem acarretar na diminuição do campo de visão.

    No caso da queda da pálpebra superior, a frouxidão dos tecidos, ligamentos e músculos do olho ocasiona a diminuição do campo de visão. Já o deslocamento da pálpebra inferior, quando acompanhado pela existência de uma bolsa de gordura sob os olhos, pode trazer maiores disfunções. Com a queda dos tecidos, toda a borda inferior dos olhos é puxada para baixo. O olho fica exposto, provocando ardor, ressecamento e até mesmo uma disfunção da bomba lacrimal.

    “O maior objetivo da blefaroplastia é eliminar o excesso de pele e gordura ao redor dos olhos. O excesso de gordura nos olhos já começa a aparecer a partir dos 30 anos. O grau de intensidade do excesso de gordura ou de pele vai depender, sobretudo, da qualidade do tecido de cada pessoa e de fatores genéticos e características familiares”, afirma Fernanda Takay.

    Catarata

    Doença que geralmente se desenvolve de maneira lenta e progressiva, a catarata pode ser causada por múltiplos fatores: idade, traumas e doenças oculares, diabetes e uso de cortisona. Existem também as causas congênitas, que são as mais raras. “Há também indícios de que a exposição crônica à radiação ultravioleta, uma dieta não balanceada e o tabagismo possam favorecer o aparecimento da catarata”, afirma Virgilio Centurion, que é presidente da ALACCSA, Associação Latino-Americana de Cirurgiões de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas.

    À medida em que a catarata avança, a visão vai ficando progressivamente mais turva e embaçada, prejudicando as atividades mais comuns tais como a leitura, o caminhar ou até assistir TV. “Nos casos extremos, a queixa óbvia é a perda da visão útil. Não são raros os casos de pacientes mais idosos que sofrem quedas e fraturas sérias devido à visão prejudicada pela catarata”, informa o oftalmologista. Como não existe tratamento clínico para a catarata, a única maneira de impedir o avanço da doença e a perda da visão é a cirurgia de remoção do cristalino e a colocação de uma lente intra-ocular artificial. “A cegueira causada pela catarata pode ser reversível nos casos em que não há outras doenças oculares associadas, como a degeneração macular, a retinopatia diabética ou o glaucoma”, diz Centurion.

    “Há uma ligação direta entre o cigarro e a catarata. Diversos estudos científicos apontam que quanto mais alguém fuma, maior a chance desta pessoa desenvolver catarata”, defende o médico. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios revelam que cerca de 20% da população brasileira com 25 anos ou mais é fumante, por isso a incidência de catarata crescerá no País. O Brasil faz apenas 400 mil cirurgias de catarata por ano (somando o Sistema Único de Saúde (SUS) e o sistema privado). Para uma taxa efetiva de cirurgia de catarata deveriam ser realizadas 800 mil.

    Degeneração macular

    A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) se constitui, hoje, na principal causa de cegueira legal no mundo ocidental, em faixas etárias superiores a 50 anos. Na medida em que aumenta a expectativa de vida das pessoas, aumenta também a incidência da DMRI no contexto da população geral. Um importante estudo epidemiológico - Framinghan Eye Study - mostrou que 5,7% dos pacientes examinados, com idade superior a 52 anos, apresentavam diagnóstico de DMRI e que a manifestação dessa doença aumentava significativamente com o avançar da idade, observando uma prevalência de 28% em indivíduos com mais de 75 anos.

    Diversos fatores podem ser associados ou creditados como favorecedores ao aparecimento da degeneração macular. Assim, pessoas de pele clara e com olhos azuis ou verdes, exposição excessiva à luz solar, tabagismo, dieta rica em gorduras são fatores comprovadamente relacionados à maior incidência de degeneração macular relacionada à idade. “A DMRI consiste, de um modo geral, no envelhecimento do fundus ocular, onde a retina perde gradualmente a capacidade de metabolizar e eliminar suas excretas, deixando que elas se acumulem sob a retina na forma de corpúsculos amarelados, chamados drusas”, explica o oftalmologista Juan Carlos Sanchez Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO.

    Em 90% dos pacientes acometidos é observada a forma denominada de DMRI seca ou não-exsudativa, caracterizada, pela observação das drusas. Nos 10% restantes encontramos a forma exsudativa da doença, caracterizada pela observação de drusas além do desenvolvimento de vasos sangüíneos anormais sob a retina - Membrana Neovascular Subretiniana. É a forma exsudativa a principal responsável pela devastadora perda visual central referida à degeneração macular. “Por ser um importante problema de saúde pública, a Oftalmologia tem se debruçado sobre o problema, na tentativa de evitar o aparecimento, conter o avanço e proporcionar a cura da doença”, diz Caballero.

    Oftalmopatia de Graves

    A oftalmopatia de Graves é uma doença auto-imune crônica que afeta os tecidos retrobulbares (músculos extra-oculares e tecidos conectivos orbitais) e tem relação com doenças autoimunes da tiróide. Muitos estudiosos preferem designá-la de oftalmopatia associada à tiróide.

    Isso porque a maioria desses casos está associada ao hipertiroidismo decorrente de um bócio difuso tóxico (90%), levando a um quadro de sudorese, emagrecimento, taquicardia, entre outros. Existem, entretanto, casos de oftalmopatia associados ao hipotiroidismo (3%) ou mesmo aparecimento em pacientes em eutiroidismo (7%). As mulheres são afetadas com uma freqüência oito vezes maior que os homens, geralmente entre 20 e 40 anos de idade. “Existe também uma nítida relação do tabagismo com o aparecimento da oftalmopatia de Graves e com o grau de severidade da doença”, diz Fernanda Takay.

    “Os sintomas e sinais da doença são diversos e observamos freqüentemente retração palpebral, lagoftalmo, edema palpebral, sintomas de lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho, proptose axial e, por vezes, disfunção da motilidade ocular. O envolvimento orbitário pode ser uni ou bilateral e pode ser simétrico ou não”, diz a médica.

    A severidade da doença também varia. Nos graus mais leves, o paciente se queixa de retração e edema palpebral, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho e desconforto retrobulbar, enquanto nos graus mais severos da doença, que são apenas 5% dos casos de oftalmopatia, há perda da função visual com baixa da acuidade visual, envolvimento da musculatura ocular extrínseca e proptose com exposição corneana.

    Na fase inflamatória da doença predominam os sintomas e os sinais flogísticos como a dor, a hiperemia conjuntival e palpebral, além do edema palpebral e quemose da conjuntiva. “Nessa situação devemos aplicar todos os esforços a fim de diminuir a inflamação sobre os tecidos orbitários e com isso minimizar as seqüelas, com a administração de anti-inflamatórios”, explica a oculoplasta.

    O tratamento da fase não-inflamatória é mais difícil, já que o uso de anti-inflamatórios provoca pouca ou nenhuma melhora sobre o quadro orbitário. “A descompressão orbitária está indicada nos casos de neuropatia óptica compressiva, nos glaucomas refratários ao tratamento clínico e em casos de exposição corneana”, diz Fernanda Takay.

    SERVIÇO:


    IMO – Instituto de Moléstias Oculares
    Endereço: Avenida Ibirapuera, 624. São Paulo-SP
    Telefone: (11) 5573 6424
    Site: www.imo.com.br
    E-mail: imo@imo.com.br





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