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Cranberry em sachê para prevenção da cistite recorrente

Doença afeta principalmente as mulheres, em especial grávidas e mulheres na pós-menopausa

A infecção do trato urinário é a segunda infecção mais comum na população e acomete especialmente mulheres, conforme relata o artigo “Infecções do trato urinário em mulheres” publicado no The Canadian Journal of Urology em 2001. No entanto, vale ressaltar que apesar de ser mais comum no público feminino por suas características anatômicas, a doença também pode afetar homens e crianças.

“A cistite é uma infecção do trato urinário baixo, que ocorre na bexiga. Quando os episódios passam a ocorrer com frequência, pelo menos duas vezes a cada seis meses, dá-se o diagnóstico de cistite recorrente”, afirma Dr. Wagner Eduardo Matheus, urologista e Diretor da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.

O problema é causado, na maioria das vezes, pela bactéria E.coli que provoca redução do jato urinário, dores na bexiga e ardência na hora de urinar. Segundo uma pesquisa da Universidade Católica de Roma publicada no Scandinavian Journal of Urology and Nephrology em 2009, a bactéria E.coli é responsável por 70 a 85% dos episódios de cistite recorrente.

A pesquisa revela ainda que as infecções do trato urinário (ITUs) afetam principalmente as mulheres (entre 27 a 40%), crianças, mulheres na pós-menopausa e gestantes levando a quase 7 milhões de consultas médicas e 1 milhão de visitas a unidades de emergência por ano nos Estados Unidos.

Prevenção

O cranberry (Vaccinium macrocarpon) é uma fruta que está em alta no Brasil para a prevenção da infecção urinária recorrente. O principal responsável pela ação preventiva do cranberry é uma substância denominada proantocianidina tipo A (PAC A), fortemente associada à prevenção da adesão da bactéria Escherichia coli (E.coli), uma das principais causadoras do problema.

De acordo com Dr. Wagner, “o tratamento da infecção urinária recorrente é feito normalmente com antibióticos e, quando descontinuado, pode levar a novos episódios. Por essa razão, a prevenção com cranberry passou a ser hoje uma opção segura e eficaz com a vantagem de não causar resistência bacteriana, a exemplo dos antibióticos”.

Usado há anos em alguns países como um remédio popular para prevenir infecção urinária recorrente, o cranberry é uma fruta vermelha cultivada em alguns países da América do Norte e conhecida no Brasil como oxicoco. O aumento da resistência bacteriana aos antibióticos e a diminuição da resposta do hospedeiro frente à infecção despertou a comunidade científica para terapias complementares como o cranberry.

Nos primeiros estudos científicos evidenciando os efeitos do cranberry na prevenção das infecções do trato urinário pensou-se que a acidez do suco fosse a responsável pelo efeito terapêutico, mas os estudos mostraram que a acidez não tem nada a ver com o mecanismo de ação. É a ação da PAC A do cranberry no urotélio que impede a adesão das bactérias nos receptores.

A PAC A tem poder antioxidante 20 vezes mais potente que a vitamina C e 50 vezes mais potente que a vitamina E . Um estudo (Howell, 1998) determinou que a PAC A encontrada no cranberry proporciona um efeito antiadesão que pode durar até 10 horas após a ingestão da fruta, sugerindo uma posologia de duas vezes ao dia.

Os estudos recomendam uma dosagem que varia de 30 a 60 mg de PAC A por dia para efeito de prevenção. A indicação de Cranberry CR® é de 2 sachês ao dia com 16 mg de PAC A cada, equivalente a 32 mg por dia.

O mais recente estudo sobre o cranberry foi realizado por pesquisadores da Universidade Nacional de Taiwan e publicado em julho de 2012 no Archives of Internal Medicine. Na análise de mais de 10 testes clínicos feitos com a fruta, os cientistas confirmaram que o cranberry e produtos derivados da fruta podem proteger contra infecções bacterianas do trato urinário em mulheres e crianças que consomem esses produtos duas vezes ao dia. Os testes, realizados com 1.616 voluntários, mostraram que os efeitos de risco foram 62% maiores para aqueles que não consumiam cranberry.

Conforme artigo publicado no The Canadian Journal of Clinical Pharmacology (2008), desde o início da década de 80, estudos in vitro mostraram que o cranberry era capaz de inibir cerca de 80% da aderência bacteriana no trato urinário, região que compreende os rins, os ureteres, a bexiga e a uretra. A primeira grande revisão sistemática sobre o assunto foi realizada pelo grupo da Cochrane em 2004 e, desde então, cada vez mais estudos e revisões comprovam o poder dessa fruta na inibição da aderência bacteriana.

Já um estudo de 2007 comparou proantocianidinas do tipo A (PAC A) cuja principal fonte é o cranberry com outras proantocianidinas com ligação do tipo B, muito frequentes em uvas, maçã, chá verde e cacau (chocolate). A PAC A provocou atividade antiadesão a partir de 60mcg/ml, enquanto as do tipo B somente apresentaram atividade a partir de 1.200mcg/ml, concluindo que as proantocianidinas benéficas para prevenção de infecções do trato urinário devem ser do tipo A, ou seja, oriundas do cranberry.

As Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar (Projeto Diretrizes), iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e da Agência Nacional de Saúde Suplementar, cujo objetivo é conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico, publicaram em 2010 uma diretriz elaborada pela Sociedade Brasileira de Infectologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Sociedade Brasileira de Nefrologia e Sociedade Brasileira de Urologia posicionando o uso do cranberry na prevenção da cistite recorrente.

Cranberry e mulheres na pós-menopausa

As mulheres são mais suscetíveis a infecções por suas condições anatômicas: uretra mais curta e maior proximidade com a vagina e o ânus. Estudos revelam que cerca de um quinto das mulheres tratadas de infecção urinária podem apresentar cistite recorrente. O climatério aumenta ainda mais o risco de infecções devido ao hipoestrogenismo (queda acentuada dos níveis de estrogênio no corpo) por provocar atrofia celular do trato urogenital.

A E.coli sozinha é a responsável por 50% a 60% das infecções do trato urinário em pacientes idosas, conforme artigo publicado no European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases (1997).

Avaliando-se mulheres com idade média de 62 anos, com dois ou mais episódios confirmados de infecção do trato urinário nos últimos 12 meses, submetidas à terapia com uso do extrato de cranberry na dose de 500mg/dia ou antibiótico 100mg/dia pelo período de 6 meses, observou-se que o tempo médio de recorrência de infecção urinária apresentou-se em torno de 84 dias mediante uso do extrato de cranberry e 91 dias com uso do antibiótico. No entanto, com relação ao risco de desenvolver novas infecções entre os dois tratamentos, o grupo com cranberry apresentou menor risco de reincidência. O antibiótico apresentou vantagem muito pequena na prevenção com relação ao cranberry, além de proporcionar mais efeitos colaterais (Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 2009).


Cranberry e gestantes

Devido ao aumento da progesterona, a gestação e o número de gestações causam um maior relaxamento da bexiga, favorecendo a paralisação urinária. Pelo menos 40% das gestantes com infecção urinária podem desenvolver cistite recorrente, de acordo com artigo publicado em 2003 na Revista da SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo.

Em um estudo publicado no Journal of Urology em 2008, pesquisadores da Califórnia compararam os efeitos do cranberry versus placebo durante a gravidez. Ao final, houve uma redução de 57% no grupo que consumiu cranberry três vezes ao dia, 41% no grupo que recebeu cranberry de manhã e placebo à tarde e à noite, e nenhuma redução no grupo que só consumiu placebo três vezes ao dia.

Você sabia?

- O cranberry é uma fruta originária do norte dos EUA e do sul do Canadá. Sua história data de centenas de anos, por volta de 1620, quando americanos misturavam carne de alce com uma
pasta elaborada com a fruta para conservar o alimento por um longo período.

- Os índios acreditavam nas propriedades antissépticas da fruta e a utilizavam em ferimentos causados por flechas venenosas. Eles também utilizavam preparações com cranberry para tratar infecções do trato urinário, fato que instigou cientistas a pesquisar a fotoquímica dos cranberries e seus efeitos sobre o aparelho urinário.

- Durante a 2ª Guerra Mundial, tropas americanas solicitavam em torno de mil toneladas de cranberries desidratadas por ano como forma de alimentação saudável para os soldados.


IMPORTANTE: O tratamento profilático para cistite recorrente seja acompanhado por um especialista no assunto.



Veja mais sobre CRANBERRY E INFECÇÕES URINÁRIAS em:

Infecção Urinária está com os dias contados

Cranberry: usada há séculos pelos índios americanos nas infecções urinárias




Serviço:
www.herbarium.net




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