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Pesquisa prova que parar de beber melhora recuperação dos ossos

Embora o alcóolatra tenha ossos mais frágeis, maior risco de fratura e de recuperação, chegando a ponto de não conseguir a osteointegração num implante dentário, parar de beber permite que o organismo se recupere e melhore as condições dos ossos, embora não totalmente. A comprovação, inédita, é de uma pesquisa da Unifenas, de Minas Gerais, e foi considerada tão importante, que acaba de ser publicada na revista científica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT.

A pesquisa foi feita por Renato de Oliveira Horvath, que testou na tíbia de ratos a resistência mecânica dos ossos e a neoformação óssea junto a implantes de um biomaterial, a hidroxiapatita. “O que impressiona é que os ratos foram levados a ingerir álcool a 15%, muito mais baixo do que o nível de destilados como o uísque e a cachaça, que chega a 50%”, diz a orientadora do trabalho, professora Evelise Aline Soares, da cadeira de Anatomia Humana e Neuroanatomia.

“Há muito tempo que se sabe que a ingestão de álcool afeta o metabolismo ósseo”, diz a especialista, tanto que tradicionalmente os ortopedistas recomendam que antes de um procedimento cirúrgico o paciente pare de beber. A originalidade da pesquisa é que permitiu medir o efeito da desintoxicação alcóolica sobre a recuperação e a biomecânica óssea.

Evelise conta que a literatura confirma que um alcoólatra pode fraturar um osso numa queda que não afetaria um abstêmio. “A sua recuperação é mais lenta e pode mesmo evoluir para a osteonecrose, mas o estudo mostrou que ao parar de beber, o alcoólatra tem melhora significativa na capacidade de recuperação, embora não chegue ao nível de um não bebedor”, explica.

Para fazer o trabalho, o pesquisador e sua equipe usaram três grupos de ratos, um deles alcoolista crônico, por receber água misturada com álcool, outro deles desintoxicado, pois parou de receber álcool após algum tempo e um grupo de controle.

Todos os ratos receberam implantação de hidroxiapatita na tíbia, onde foi produzida uma falha no osso parietal e, após o procedimento, o grupo dos alcóolicos crônicos continuou a consumir álcool, enquanto o outro grupo foi desintoxicado. O exame dos ossos após 13 semanas, que incluiu teste mecânico de resistência, mostrou que os ratos alcoólatras tiveram valores bem menores de neoformação óssea, de calcemia e resistência, quando comparados aos demais grupos. O interessante, do ponto de vista científico, é que o resultado dos ratos desintoxicados foi bem superior ao dos ratos alcoólicos. “O que indica que parar de beber tem efeito positivo no organismo, embora os desintoxicados não tenham apresentado resultados tão bons como dos ratos que nunca foram expostos ao álcool”, conclui.

Evelise Soares acrescenta que a pesquisa é importante para os ortopedistas pois, no mundo atual, o alcoolismo é epidêmico. Trata-se de doença crônica que afeta 13% da população mundial, o que torna extremamente comum o atendimento em Prontos Socorros de vítimas de fratura que tem o hábito de beber. Tanto é assim que a recente Lei Seca objetiva evitar que motoristas intoxicados por álcool causem acidentes que, regra geral, tem repercussão ortopédica, daí o interesse da SBOT na pesquisa publicada na Revista Brasileira de Ortopedia.




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