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Medicamento é primeira opção para tratamento do bom colesterol

Depois do fracasso do torcetrapib, a niacina continua sendo a melhor escolha para aumentar o bom colesterol. “Nada do que foi avaliado é tão efetivo”, afirmam especialistas internacionais

Desde o fim do ano passado pesquisadores de doenças do coração têm lamentado o cancelamento de um milionário estudo sobre um medicamento promissor no combate ao colesterol. Na ocasião, os pesquisadores que avaliavam os riscos e benefícios do torcetrapib descobriram que o uso do medicamento aumentava os problemas cardíacos. O torcetrapib funcionava, a princípio, aumentando o HDL, ou “bom colesterol”, mas o estudo registrou até mesmo casos de morte na população testada. Para os pacientes com alto risco de infarto, porém, as notícias são melhores do que parecem. Existe um medicamento que aumenta o bom colesterol e que não oferece riscos cardiovasculares. É a niacina, ou simplesmente a vitamina B3, comercializada no Brasil com o nome de Metri.

"Esse medicamento é bem mais eficaz para aumentar o bom colesterol que as estatinas", diz o Dr. Jairo Borges, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Segundo ele, um estudo conduzido pelo Dr. B. Greg Brown, professor de medicina da Universidade de Washington, em Seatle, concluiu que o tratamento que aumenta o HDL em 30% e diminui o LDL em 40% ao mesmo tempo poderia reduzir o risco cardiovascular em até 70%. Esse resultado representa quase o dobro do que poderia ser atingido apenas pela redução do LDL colesterol isoladamente. O estudo analisou dados de 23 estudos clínicos, em que participaram 80 mil pacientes sob risco de infarto ou derrame cerebral.

Também uma análise conjunta dos estudos que avaliaram as placas de colesterol no interior das coronárias por uma técnica sofisticada denominada ultra-som intra-coronário, publicada na edição de 7 de fevereiro de 2007 no JAMA (Jornal da Associação Médica Americana), demonstrou que a regressão dessas placas de gordura que entopem as coronárias e provocam o infarto e a morte só foi alcançada adequadamente quando se elevou os níveis de HDL colesterol ao mesmo tempo em que se reduziu os níveis do mal colesterol, mesmo quando o LDL alcançado já era muito baixo.

Os cientistas continuam, portanto, acreditando que a combinação de estatinas com uma droga que aumente o HDL constitua um significativo avanço no tratamento das doenças do coração, afirmam os especialistas. E como o torcetrapib falhou, a niacina parece ser realmente o medicamento que precisamos. Nada mais do que foi avaliado é tão efetivo. A niacina pode aumentar o HDL em até 35%, quando utilizado na dose de 1 a 2g por dia. Ele também diminui o LDL e se mostra eficaz na redução dos níveis de triglicérides, em até 50%. Seu principal efeito colateral é o chamado “flushing” (rubor facial), causado pela dilatação das artérias provocada pelo medicamento.

A niacina no mercado brasileiro é comercializada pelo laboratório nacional Libbs Farmacêutica, com o nome de Metri, desde 2004 e foi o primeiro medicamento lançado no mercado brasileiro capaz de aumentar de forma segura e significativa os níveis de HDL. A niacina é antiga, porém, até o lançamento do Metri, ela apresentava efeitos colaterais intoleráveis, por ser rapidamente absorvida pelo organismo. A empresa, no entanto, utilizando tecnologia de ponta, desenvolveu um mecanismo de liberação programada, que permite o uso do medicamento em dose única diária, diminuindo muito os efeitos colaterais indesejáveis.

Um pouco de história

Em 1975, muito antes das estatinas, um grande estudo, com 8.341 homens que sofreram infarto do miocárdio, concluiu que a niacina, entre cinco opções avaliadas, foi o único agente capaz de prevenir um segundo infarto. Comparando com os homens que tomaram placebo, aqueles que tomaram niacina tiveram 26% de redução de ataques cardíacos e 27% de redução de derrame cerebral. Depois de 15 anos, a mortalidade entre os homens que tomaram niacina foi 11% menor que aqueles que receberam placebo, persistindo o efeito protetor do medicamento, mesmo vários anos após o fim do estudo.

De lá para cá, a pesquisa se focou em diminuir o LDL e as estatinas provaram ser muito eficazes para esse fim. Essas drogas podem retardar a progressão das doenças cardiovasculares, reduzindo os riscos de infarto e de outros eventos cardiovasculares de 25% a 35%. Mas, estudos recentes, como o do Dr. Greg Brown, sugerem que o aumento do bom colesterol pela niacina pode adicionar resultados ainda mais favoráveis a esses números.

A principal função do HDL é retirar o colesterol das paredes das artérias, cujo processo é chamado transporte reverso do colesterol que é crucial para prevenir o entupimento das artérias. O HDL também exerce funções antioxidantes e antiinflamatórias – suas moléculas protegem a parede dos vasos e impedem o surgimento das lesões que facilitam o depósito de gordura nas artérias. Ele também tem poderes anticoagulantes, o que ajuda a evitar a obstrução arterial. Portanto, quanto mais HDL, melhor.




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