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Um filho em 2007!

Reprodução assistida é aliada daqueles que planejam aumentar família e que não conseguem engravidar pelo método natural ou temem problemas genéticos

Em todo início de ano são comuns os planos para uma vida melhor. Para aqueles que não conseguiram ainda engravidar pelo método natural, eles são decisivos: de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 15% dos casais têm algum problema de infertilidade durante a vida fértil. A alternativa para realizar o sonho de estar com a família completa pode ser a reprodução assistida. “É comum que as pessoas com dificuldade para engravidar procurem clínicas especializadas nos primeiros meses do ano. Os pacientes agendam as consultas para sanar dúvidas, iniciar os exames e o planejamento da fecundação”, conta o especialista em medicina reprodutiva Marcello Valle, diretor da clínica Origen, do Rio de Janeiro.

Para colocar o sonho em prática, o primeiro passo é ter alguns cuidados quanto à clínica escolhida. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu em fevereiro de 2006 exigências mínimas necessárias para a infra-estrutura dos Bancos de Células e Tecidos Germinativos. É importante também saber se a clínica tem uma média de casos de gravidez acima de 27%, de acordo com a Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Rede).

“Nas consultas iniciais, os especialistas avaliam o motivo da infertilidade para que seja indicado o tratamento adequado e até a continuação das tentativas naturais”, explica Marcello Valle, que é formado em reprodução assistida pela Université Paris VII e fellow no serviço de reprodução assistida no Hospital Antoine Béclère, de Paris, França. A OMS define a infertilidade como a ausência de gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares sem proteção.

Os portadores de doenças genéticas como distrofia muscular, anemia falciforme, hemofilia e alterações ligadas ao fator RH podem gerar bebês saudáveis, a partir do Diagnóstico Genético Pré-Implantação. “Trata-se de uma forma precoce e avançada de pré-natal, onde é feita uma biópsia do embrião em seu terceiro dia de desenvolvimento para detectar possíveis doenças, e evitar sua transmissão aos filhos”, explica Valle.

Entre os métodos de reprodução assistida estão: a inseminação artificial, a fertilização in vitro (FIV) e a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide ou ICSI, na sigla em inglês. A FIV é a união de óvulos e espermatozóides em laboratório e posterior transferência do embrião para o útero. Já no ICSI, injeta-se em cada óvulo maduro um único espermatozóide, utilizando microscópios de alta precisão com sistema de micro-manipulação e micropipetas mais finas que um fio de cabelo humano. Esta técnica revolucionou o tratamento da infertilidade masculina, podendo-se aplicar em situações onde a quantidade de espermatozóides é muito baixa ou mesmo ausente na ejaculação através de biópsia testicular.

Quando o sonho pode (ou não) ser adiado

São diversas as causas da infertilidade: 10% dos casos não têm motivo aparente, 40% afetam as mulheres, 40% os homens e 10% são atribuídos aos dois. A idade acima de 35 anos, o excesso de peso, doenças sexualmente transmissíveis, excesso de exercícios físicos e o cigarro são fatores que diminuem consideravelmente as chances naturais da mulher engravidar. A idade é determinante: aquelas com até 25 anos têm de 20% a 25% de chances de engravidar em um ciclo; dos 35 aos 40 anos, cai para 5% e aos 45 anos a probabilidade é de apenas 1%.

As mulheres com mais de 30 anos que têm outros projetos antes de engravidar podem reduzir a carga de ansiedade com exames simples que medem a reserva de óvulos, entre eles: a dosagem dos hormônios folículo estimulante (FSH), Estradiol (E²), Inibina B, anti-mulleriano (HAM) e a ultra-sonografia avaliando o número de folículos antrais. “Estes testes são excelentes métodos de avaliação da reserva folicular da mulher, estão disponíveis e podem ser realizados durante o período menstrual”, explica o especialista Marcello Valle.




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