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Como funciona a cirurgia bariátrica? No Brasil existem quatro modalidades aprovadas. Conheça aqui, cada uma delas!

Como funciona a cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia da obesidade, cirurgia metabólica ou, mais popularmente, redução de estômago, reúne técnicas - com respaldo científico - destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças causadas pelo excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. A cirurgia é indicada para pacientes que apresentam Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40 ou entre 35 e 40 na presença de alguma doença associada. Além disso, o paciente deve ter tentado perder peso pelo tratamento clínico convencional por pelo menos dois anos, sem sucesso.

"Diversos estudos no Brasil e no exterior têm comprovado ainda o benefício da cirurgia bariátrica para pessoas com IMC entre 30 e 35 na presença de diabetes", explica Dr. Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Pacientes nessas condições podem ser operados em casos especiais, sempre acompanhados por um endocrinologista, ou em protocolos de investigação. A cirurgia é contraindicada em condições adversas, como transtornos psiquiátricos não controlados, incluindo abuso de álcool ou drogas, e doenças genéticas.

Tipos de cirurgia

São aprovadas no Brasil quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica (além do balão intragástrico, que não é considerado cirúrgico): bypass gástrico, banda gástrica ajustável, as derivações bíleo-pancreáticas (duodenal switch e Scopinaro) e a gastrectomia vertical.

As técnicas cirúrgicas diferenciam-se pelo mecanismo de funcionamento. Existem três procedimentos básicos da cirurgia bariátrica: os restritivos (que diminuem a quantidade de alimento que o estômago é capaz de comportar), os disabsortivos (que reduzem a capacidade de absorção do intestino), e aqueles que têm pequeno grau de restrição e desvio curto do intestino geralmente sem má absorção de gorduras, chamadas de técnicas mistas. Todos podem ser feitos por videolaparoscopia, menos invasivo e mais confortável para o paciente.

Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em "Y de Roux")

Estudado desde a década de 60, o bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido sua segurança e, principalmente, eficácia: perde-se de 40 a 45% do peso inicial. Nesse procedimento misto, é feito o grampeamento de parte do estômago, reduzindo o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças como a hipertensão arterial.

Banda gástrica ajustável

Criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda gástrica ajustável representa 5% dos procedimentos realizados no País. Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios como o bypass, essa técnica é bastante segura e eficaz na redução de peso (20 a 30% do peso inicial), o que também ajuda no tratamento do diabetes. Instala-se anel de silicone inflável ajustável ao redor do estômago, que aperta mais ou menos o órgão tornando possível controlar o esvaziamento do alimento. O anel é ligado a um botão que fica embaixo da pele e pode ser alcançado por uma agulha de injeção. Assim, é possível injetar água destilada para apertar mais o estômago ou esvaziá-lo para aliviar a restrição.

Gastrectomia vertical

Nesse procedimento, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 ml. Essa intervenção provoca boa perda de peso, comparável à do bypass gástrico e maior que a proporcionada pela banda gástrica ajustável. É um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão, doenças dos lípides (colesterol e triglicérides). Existe ainda alguma controvérsia se esse é um método tão eficaz quanto o bypass gástrico ou o duodenal switch em relação ao controle do diabetes, mas de maneira geral, é uma operação mais simples tecnicamente que o bypass e diversos estudos nacionais e internacionais mostram resultados promissores.

Derivações bíleo-pancreáticas - duodenal switch e Scopinaro

Ambas às técnicas privilegiam a má absorção. O duodenal switch é a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal, em que 85% do estômago são retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas. A técnica de Scopinaro tem como principio a gastrectomia (retirada de parte do estomago), associado a também grande desvio intestinal. Difere do duodenal switch por ser horizontal, sem a preservação da anatomia e mecanismos de controle do esvaziamento gástrico. O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. A técnica foi criada em 1978, corresponde a 5% dos procedimentos e leva à perda de 40 a 50% do peso inicial. Apesar de bons resultados em termos de perda de peso, as técnicas disabsortivas necessitam monitoramento nutricional intensivo pois podem levar a longo prazo à desnutrição e suas consequências mais frequentemente que as outras técnicas.

Essas quatro técnicas constam no Consenso Brasileiro Multissocietário em Cirurgia da Obesidade, reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e recomendadas mundialmente. Seus resultados e riscos estão disponíveis em consistentes publicações médicas científicas. Os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas para o controle da obesidade não relacionados no Consenso Bariátrico não apresentam indicação atual de utilização ou encontram-se em fase de estudos. Até o momento, não apresentam documentação científica consistente que permita sua realização fora de protocolos de pesquisa devidamente regulamentados pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

O paciente que tenha indicação para cirurgia bariátrica deve conversar com o médico que já o acompanha e, ao tomar a decisão, procurar um profissional habilitado e com experiência comprovada nessa área, evitando aqueles que pratiquem técnicas não aprovadas pelo CFM ou que prometam soluções milagrosas.




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