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Transtorno de Michael Jackson atinge 15% dos pacientes de dermatologia

A triste morte de Michael Jackson levantou uma questão que muito instiga a todos: o que levava o astro do pop a querer se transformar fisicamente? Segundo a dermatologista e conselheira da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dra. Luciana Conrado, é muito provável que Jackson sofria de um transtorno de personalidade chamado “transtorno dismórfico corporal”, mais conhecido como dismorfofobia, caracterizado pela preocupação exagerada com defeitos mínimos ou inexistentes na face e no corpo. Essas preocupações causam interferências no cotidiano dos pacientes (vida social, trabalho, família). Segundo estudo realizado pela médica, esse transtorno é relativamente comum na população geral (em torno de 2%) e a prevalência em pacientes dermatológicos e de cirurgia plástica de 7 a 15%.

O transtorno envolve uma percepção distorcida da imagem corporal. Assim, um defeito mínimo, é percebido como algo enorme. No caso de Michael Jackson, por exemplo, ele parecia ter uma nítida obsessão em mudar suas feições, como o nariz, queixo, sobrancelhas e cabelos e talvez em tornar-se branco (embora não possa ser afastada a hipótese divulgada de que sofria de vitiligo).

Para desenvolver sua tese de doutorado, defendida na Faculdade de Medicina da USP, a Dra. Luciana Conrado acompanhou 350 pessoas e viu que cerca de 10% tinham o transtorno. Destas, 60% já haviam se submetido a algum tratamento estético. A maioria ficou insatisfeita com o resultado. "Esses pacientes procuram várias vezes o mesmo médico ou passam por diferentes profissionais (conhecido nos EUA como “doctor shopping”) submetendo-se a diversos procedimentos. Estão sempre insatisfeitos com os resultados obtidos mesmo que do ponto de vista do médico, o resultado seja considerado de sucesso.”

Ela afirma que os médicos devem ficar atentos para esses casos. “É importante compreender que este transtorno é considerado um “transtorno secreto”, pois os pacientes têm dificuldades para falar sobre suas queixas com os profissionais de saúde e se sentem envergonhados e receosos de que suas queixas sejam interpretadas como “vaidade”.

“Existe um forte componente psíquico atuando na busca da melhora da imagem, principalmente considerando as necessidades de consumo criadas pela indústria da beleza e da busca da perfeição estética. Existe um limite muito tênue que separa o uso da cosmiatria/estética para a promoção de saúde e bem-estar, e o uso deste conhecimento em favor da busca desenfreada, sem limites e fora da realidade de suposta perfeição estética. Cabe ao dermatologista estar atento para identificar estes limites e usar de bom senso na orientação destes pacientes”.

Segundo a dermatologista, a maioria dos pacientes apresenta prejuízo nos relacionamentos interpessoais e profissionais. “Como resultado de suas queixas obsessivas com a aparência, os pacientes podem desenvolver comportamentos compulsivos, em casos mais graves há risco de suicídio. Além disso, frequentemente procuram tratamentos cosméticos para um transtorno psíquico", explica a médica.

Para a médica, é considerada alta a prevalência do Transtorno Dismórfico Corporal em pacientes dermatológicos o que torna fundamental o treinamento dos profissionais para a investigação sistemática, diagnóstico e encaminhamento para tratamento psiquiátrico.

Complementando a idéia de Michael ter o Transtorno Dismórfico Corporal, ligamos à figura do cantor a pele branca (vitiligo) que foi acometendo-o durante sua vida. Logo abaixo, o médico dermatologista dr. Valcinir Bedin, presidente da Fundação Pele Saudável e da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, nos esclarece algumas dúvidas sobre o vitiligo e o caso Michael Jackson.

1) Dr. Bedin, na sua opinião, que tipo de tratamento foi adotado para deixar Michael Jackson branco?
”Eu acredito que ele tenha tomado uma medicação, por via oral, chamada Hidroquinona. Especulou-se que esta medicação seria vendida na Alemanha e que ela teria alguns sintomas como de uma queimioterapia”.

2) Dr.Bedin, é possivel vitiligo transformar uma pessoa negra em branca? Como?
”Sim. O vitiligo é uma afecção da pele, na qual as células que produzem melanina (melanócitos), param de produzir a proteína que dá a cor às pessoas. Neste caso a pessoa acometida fica com uma cor totalmente branca. Começa com manchas e pode acometer todo o corpo.”

3) Dr.Bedin , para atingir a cor branca que Michael Jackson portava em sua pele de todo o corpo, em média é necessário quanto tempo de tratamento? De qual tipo de tratamento mais especificamente?
”Se foi esse tratamento são anos de duração! no mínimo três ou quatro anos. Este tratamento de descoloração da parte escura.”

(**)Abaixo,mais informações sobre Vitiligo, em artigo de autoria do médico Valcinir Bedin, cujo breve perfil, também encontra-se ao final dessa página.


(**)Vitiligo: vitaminas para o seu tratamento

“Um novo alento está surgindo na área médica para o tratamento de vitiligo”, comenta o dermatologista VALCINIR BEDIN, ao retornar dos Estados Unidos, após participar do Meeting of American Academy, congresso que reúne anualmente cerca de 10.000 mil médicos de todo o mundo. Nesse encontro, o dermatologista informa que foram mostrados os resultados de um trabalho científico onde o tratamento do vitiligo consistia no uso de algumas vitaminas.

Ao comparar com a população normal, o autor em questão, observou que os pacientes com vitiligo apresentavam taxas sangüíneas muito baixas de ácido fólico, vitamina B12 e vitamina C. Essa pode ser segundo o estudioso, uma das explicações (não a única) pela alta prevalência do vitiligo na Índia (4% da população), estabelecendo uma relação com deficiências nutricionais. A alimentação sem verduras e folhas verdes, pode deixar o organismo deficientes em alguns pontos importantes, principalmente ligados ao metabolismo do ferro.

Sabe-se hoje que o melanócito (célula produtora do pigmento chamado melanina) sofre um processo de agressão, desaparecendo ou perdendo sua função de produtor de melanina. Se, de um lado há nesse processo a formação de produtos tóxicos que podem ser responsáveis pelo ciclo de destruição do pigmento, por outro lado agentes antioxidantes (vitamina C) combinados a fatores importantes, como ácido fólico e vitaminas B12, podem ser cruciais na preservação celular.

Com base nesses fatos, o autor do estudo tratou alguns pacientes com um pool vitamínico (ácido fólico + vitamina B12 + vitamina C) durante seis meses, sem qualquer outra medicação, conseguindo excelentes resultados sem efeitos colaterais. Os pacientes tratados apresentaram melhora principalmente no rosto.

O tratamento de manchas tão inestéticas, de formas simples e sem efeitos adversos é alentador. Provavelmente, esta não é a resposta total ao problema do vitiligo, mas chama atenção o aspecto nutricional que é pouco explorado e que pode ser facilmente corrigido.




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