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Metade das pessoas que morrem subitamente de causas cardíacas não apresenta sintomas anteriores

Cardiologistas recorrem cada vez mais à avaliação não invasiva da aterosclerose – obstrução das artérias pela gordura – para diagnosticar o risco real de um paciente sofrer um infarto ou uma morte súbita. Os novos exames e quando utilizá-los serão destaque no XXX Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, que acontece entre os dias 30 de abril e 2 de maio de 2009, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Dados epidemiológicos mostram que 50% dos indivíduos que morreram subitamente de causas cardíacas não apresentavam sintomas anteriores. “Atualmente, o exame chamado escore de cálcio coronário é uma das armas mais eficazes que temos, entre os métodos não invasivos, para avaliação da aterosclerose”, afirma o cardiologista Raul Dias dos Santos Filho, presidente da Comissão Científica do Congresso.

O médico explica que este exame quantifica a calcificação das artérias coronárias. “É o que chamamos de marcador da presença e da extensão da aterosclerose nessas artérias. Se o resultado der maior que zero, é sinal de que o paciente tem probabilidade de apresentar doença arterial coronariana ou eventos cardiovasculares futuros”. O exame consegue detectar ainda placas de gordura que não estão obstruindo os vasos. “Uma característica extremamente importante, uma vez que 70% dos infartos se originam de placas que não estão presas na parede do vaso”, salienta Raul Dias.

O escore de cálcio coronário já está disponível em grandes hospitais públicos do Brasil. Em São Paulo, já possuem o exame os hospitais Incor, Dante Pazzanese e Hospital São Paulo. “Durante o Congresso vamos apresentar estudos que comprovam a eficiência desse método e incentivar os colegas a usá-lo. Porque hoje tratamos dos 25% da população considerada de alto risco, mas boa parte dos outros 75% apresenta algum tipo de risco cardiovascular e não sabe. Nós cardiologistas precisamos cuidar dessas pessoas também e já temos a ferramenta para isso”, conclui Raul Dias dos Santos Filho.

Pacientes com apnéia do sono apresentam maior risco de desenvolver problemas cardiovasculares

A apnéia do sono potencializa o surgimento das doenças do coração. As pessoas que sofrem desse distúrbio do sono, especialmente nas formas moderadas ou graves da doença, têm cerca de três vezes mais chances de desenvolver a hipertensão arterial em um prazo de até quatro anos, do que os indivíduos que não têm o problema.

“A apnéia do sono é uma causa reconhecida de hipertensão além de aumentar o risco de infarto e acidente vascular cerebral. No entanto, ela ainda é subdiagnosticada pelos cardiologistas”, afirma o palestrante do XXX Congresso de Cardiologia da SOCESP, Luciano Drager, que é médico assistente da Unidade de Hipertensão do InCor e especializado em Medicina do Sono pela Associação Brasileira do Sono.

Dados americanos revelam que cerca de 24% dos homens e 9% das mulheres apresentam a Apnéia Obstrutiva do Sono. Essas estatísticas aumentam a cada ano, uma vez que cresce o número de obesos no mundo. A principal característica desse distúrbio é a obstrução parcial ou completa da via superior durante o sono que dificulta ou mesmo impede a passagem do ar. Ocorre então uma queda do oxigênio na circulação e um breve despertar para a retomada da respiração normal. Essa queda transitória da oxigenação favorece a lesão do coração e dos vasos, podendo contribuir ao longo do tempo para fenômenos como a aterosclerose – obstrução das artérias – e a própria hipertensão arterial.

Segundo Drager, o primeiro passo para quem sofre de apnéia do sono e tem excesso de peso é perder pelo menos 10% do peso corporal. “Só esse cuidado, em boa parte dos casos, já é suficiente para o paciente diminuir a gravidade da doença, de grave para moderado, por exemplo, ou de moderado para leve”, afirma. No entanto, o tratamento de escolha para muitos pacientes consiste no uso durante o sono de um aparelho chamado CPAP (uma máscara nasal conectada a um gerador de fluxo de ar). Nos casos em que o tratamento é feito com o CPAP, explica o médico, a redução da pressão arterial é significativa a partir do primeiro mês. Cerca de 10 milímetros de mercúrio, em média, o que corresponde popularmente à 1.0 ponto na pressão (por exemplo de “15 por 10” para “14 por 9” mmHg). “Esse resultado é tão bom que equivale a um tratamento com medicamento. Se a pessoa toma três remédios para controlar a pressão, pode passar a tomar dois. Em alguns casos ela é autorizada a suspender a medicação, uma vez que tenha um tratamento adequado da apnéia do sono”, revela Drager.

Ele ressalta a importância do cardiologista reconhecer o distúrbio do sono no paciente e o encaminhar para um tratamento multidisciplinar, com uma equipe formada por especialistas em Medicina da Sono, fisioterapeuta e fonoaudióloga. “Só assim será possível tratar o problema pela raiz, garantir a adesão ao tratamento e atuar preventivamente a ocorrência de doenças cardiovasculares tais como o infarto ou o acidente vascular cerebral”, conclui.




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