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Metabolismo e excesso de peso

Você provavelmente deve ter um amigo ou um parente que come muito mais do que você e é magro... Pensando bem, todos conhecemos “magrelos”, que comem muito mais do que a gente... “Isso nos leva a crer que a tendência para ganhar peso sofre interferência de outras variáveis além do volume de comida que ingerimos diariamente. Primeiramente, precisamos entender como é o funcionamento de um metabolismo normal, que representa as várias reações químicas e biológicas de nossas células, e que resulta em um gasto energético ou calórico, o chamado gasto calórico total”, explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro de Medicina Integrada.

O metabolismo induz a um gasto de energia ou a um gasto calórico e, teoricamente, quanto maior um metabolismo, maior seu gasto de energia. “O gasto calórico de uma pessoa é composto pelo gasto calórico basal e pelo acessório. O gasto basal é a queima calórica que mantém nossa vida, é o gasto calórico necessário para manter nossas funções vitais: respirar, fazer o coração bater, pensar, rins filtrarem a urina, os milhões de células receberem oxigênio e exercerem suas funções. Esse metabolismo basal representa cerca de 75% do nosso gasto calórico. Os outros 25% são provenientes do gasto calórico acessório, que depende de nossa atividade física”, afirma a endocrinologista Ellen Paiva.

Aparentemente, as células que detêm a maior capacidade de queimar calorias são as células musculares. Logo, independentemente de praticar ou não uma atividade física, homens queimam muito mais calorias do que mulheres da mesma idade, pois têm uma massa muscular muito mais desenvolvida. “Assim, é fácil explicar as queixas das pacientes referentes às suas dificuldades de perder e manter o peso em relação aos seus parceiros, quando os acompanham à mesa e comem e bebem na mesma proporção que eles”, diz a diretora do Citen. Parece injusto, mas é verdade, as mulheres têm uma queima calórica menor! Entretanto, isso não tem nada de anormal, pois assim é o metabolismo feminino.


Metabolismo x idade

“O nosso metabolismo também sofre influências da nossa idade. Mas por incrível que possa parecer, uma queda no seu funcionamento se deve muito mais à inatividade física do idoso do que puramente ao ‘metabolismo lento do idoso’, como muitos pensam”, explica Ellen Paiva. A crença das pessoas é de que com 30 ou 40 anos de idade, seu metabolismo torna-se mais lento. Isso não procede, as pesquisas indicam que o gasto calórico basal cai a partir dos 60 anos, e a redução calórica ideal seria de cerca de 100 calorias por década.



Fator hereditariedade

A hereditariedade está inegavelmente relacionada às alterações metabólicas responsáveis pela predisposição à obesidade. As pesquisas do genoma humano vêm identificando alterações genéticas relacionadas à obesidade e ao diabetes. “Logo, alguns genes predispõem ao ganho de peso, provavelmente por causarem interferência no gasto calórico basal das pessoas, mas as alterações mais conhecidas se devem à chamada resistência insulínica, um estado pré-diabético onde o organismo produz quantidades excessivas de insulina, que, por sua vez, favorecem o estoque de energia, em detrimento da queima dos substratos”, afirma a médica. Nesses casos, vemos na mesma família várias pessoas com o mesmo problema.

Entretanto, a prática clínica tem nos mostrado que herdamos não somente genes, mas também comportamentos de nossos familiares. “É o que observamos num dos quadros de Fernando Botero, onde uma família inteira de gordinhos pousa ao lado de um cãozinho também gordo, revelando o quanto nossos hábitos comuns resultam em obesidade também compartilhada”, defende a endocrinologista.



Doenças que interferem no metabolismo

Algumas doenças endócrinas interferem na queima calórica, como é o caso do hipotireoidismo. Na verdade, os hormônios tireoideanos interferem na produção de calor corporal, na queima calórica e na eliminação de água do organismo. “Logo, nas situações de redução dos hormônios da tireóide, uma doença chamada hipotireoidismo, há geralmente aumento de peso por redução do metabolismo e retenção de líquidos”, explica a endocrinologista. Entretanto, uma vez diagnosticada a doença e a dose hormonal convenientemente reposta, o metabolismo volta ao normal e nenhum aumento de peso poderá ser imputado à alteração tireoideana.

“Por outro lado, nas doenças tireoideanas causadas por excesso de hormônio tireoideano, o hipertireoidismo, há hipermetabolismo e perda de peso. E é muito importante ficar bem claro, que apesar da hiperfunção tireoideana causar perda de peso, não se justifica o uso dos hormônios tireoideanos para induzir perda de peso, pois a dose para se obter este resultado é excessiva, igualando-se à doença instalada, e a perda de peso se dá por perda de massa magra e não de gordura, como seria o desejado”, explica Ellen Paiva.

Durante o 13º Encontro Brasileiro de Tireóide, evento que reuniu médicos e cientistas em Campinas, em maio deste ano, o Dr. Anthony Hollenberg da Thyroid Unit Division of Endocrinology (Boston, USA), foi um dos convidados internacionais do evento. O especialista proferiu a palestra Regulation on the Thyroid Axis by Important Pathway in Body Weight Control( A regularização dos hormônios da tireóide como um importante caminho para a perda/controle de peso)."O hormônio tireoideano deve ser usado no tratamento da obesidade?", foi um dos questionamentos do especialista à platéia. O próprio Dr. Anthony foi enfático a responder "não" ao seu questionamento. “Ele explicou que o uso desses medicamentos para redução de peso provoca efeitos indesejáveis ao coração e aos ossos. Estão em estudos novos medicamentos, mas ainda serão necessárias diversas pesquisas sobre este emprego dos hormônios”, diz Ellen Paiva.



O que pode ser mudado

“Há várias atitudes reconhecidamente promotoras de aumento do gasto calórico. Entre elas, duas são muito conhecidas: o fracionamento das refeições e a prática regular de atividade física”, afirma a diretora do Citen.

Quando fazemos um jejum prolongado, geramos informações errôneas de escassez de alimentos ao nosso organismo, o que induz à queda do gasto calórico como forma de proteção dos estoques de nutrientes. Ao ingerirmos os diferentes nutrientes, também queimamos calorias diferentes, utilizadas na digestão de cada um deles. “Essas diferenças não são suficientemente importantes para reduzirmos ou aumentarmos os componentes de uma dieta além do balanceamento já conhecido e indicado na formulação das dietas de nossos pacientes”, afirma a médica.



Medidas individuais

“Apesar de cada um de nós conhecer vários ‘magrelos comilões’, não os acompanhamos nas 24 horas do dia. Apenas em termos teóricos, esses magros comem na mesma proporção em que gastam calorias, por isso não engordam. É importante entendermos também que o peso e o tamanho dos pratos de duas pessoas podem confundir a nossa percepção, pois há pratos com conteúdos extremamente calóricos e leves, em contraste com outros mais pesados e menos calóricos”, diz a médica.

Além dos ‘magrelos comilões’, há ainda os ‘beliscadores’, aqueles que não consideram comida o que eles beliscam o dia inteiro. Estes classificam seus pratos como ínfimos, o que não deixa de ser verdade, mas o valor calórico que ingerem durante o dia é muito superior ao que gastam.

E finalmente, na nossa galeria de personagens sobre o metabolismo, há os que comem um prato de ‘estivador’, tomam café, almoçam, jantam e não beliscam, deixando intrigados alguns que os observam, invejosos de suas capacidade de comer sem engordar. “A única forma de descobrir o segredo destas pessoas é observá-los atentamente durante todo o seu dia, só assim, poderemos compreender como o metabolismo delas funciona realmente”, afirma a endocrinologista Ellen Paiva.


SERVIÇO:
CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional
Endereço: Rua Vergueiro, 2564.- Conjuntos 63 e 64
Vila Mariana - São Paulo-SP
www.citen.com.br




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