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Rimonabanto: para emagrecer?

Rimonabanto: medicamentos não são bons ou ruins

A prescrição adequada é o que leva a bons resultados

Medicamentos não são bons ou ruins, são bem ou mal indicados para determinadas doenças e para determinadas pessoas. “Sempre achei curiosa a forma como as pessoas indicam ou contra indicam medicamentos umas às outras, pelo fato de que se sentiram bem ou mal, utilizando X ou Y. Estas pessoas esquecem-se que existem suscetibilidades individuais e reações colaterais que dependem muito mais das características de cada um no processo de interação da droga com o organismo. Logo, um medicamento pode ser muito bom para uns e ineficiente para outros, ou, ainda, pode simplesmente não ser efetivo para tratar a mesma doença em pessoas diferentes”, afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

No grupo das doenças crônicas, a obesidade e o diabetes vêm recebendo especial atenção dos laboratórios farmacêuticos. O investimento em pesquisas tem sido constante, nos últimos anos. “Isso ocorre porque estas moléstias despontam, juntamente com as cardiopatias, na lista de doenças que mais comprometem a vida útil, a longevidade e ainda trazem consigo uma lista enorme de comorbidades que tornam os pacientes vulneráveis e irremediavelmente doentes”, afirma a endocrinologista.

Arsenal contra a obesidade

Após uma longa espera, o medicamento rimonabanto passou a ser comercializado no Brasil. Aprovado pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – em abril de 2007, e liberado pela CMED – Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos – em julho do mesmo ano, o remédio aguardava o fim das negociações do laboratório fabricante em relação ao preço final do produto para o consumidor. Aprovado em mais de 50 países, já é usado por mais de 500 mil pacientes em todo o mundo. O medicamento, no entanto, foi vetado nos Estados Unidos, em junho do ano passado, por um comitê de 14 especialistas do FDA, a agência norte americana que regula os medicamentos e alimentos. O FDA decidiu aguardar mais tempo e mais pesquisas a cerca dos efeitos colaterais da droga, especialmente os distúrbios psiquiátricos associados a ela, tais como depressão, ansiedade e problemas do sono.

“O rimonabanto é um medicamento completamente novo para todos os que o estão utilizando há alguns meses. Nós, médicos, também precisamos aprender a usá-lo adequadamente para conseguir dele seus benefícios e evitar seus potenciais efeitos colaterais”, afirma a diretora do Citen. Uma coisa é certa, a banalização da propaganda e a referência ao medicamento como a “pílula anti-barriga” em nada auxiliam neste processo e podem minar a possibilidade do uso correto desta droga, que pode vir a ser um bom medicamento para casos muito bem selecionados.

Na verdade, o rimonabanto não é um medicamento aprovado como emagrecedor, pois ele tem efeitos metabólicos muito mais importantes do que seu potencial de fazer perder peso. O fato de ajudar na perda de peso de alguns pacientes não faz dele um emagrecedor. “Na verdade, ele pode até ser menos eficiente do que a maior parte dos medicamentos que já dispomos para auxiliar a perda de peso. Seus mais importantes efeitos ocorrem na correção de várias alterações metabólicas que comprometem alguns pacientes com a chamada Síndrome Metabólica, um conjunto de alterações que envolve obesidade central, triglicérides elevados, HDL ou colesterol bom baixo, hipertensão arterial, pré-diabetes ou diabetes franco”, detalha a endocrinologista.



Atuação do medicamento

O rimonabanto atua bloqueando os receptores chamados canabinóides, situados em vários locais do nosso corpo, principalmente no cérebro, nas células de gordura e no fígado. Seus efeitos resultam em redução da fome ou do “interesse pela comida”, como muitos pacientes relatam. “O medicamento melhora o metabolismo do paciente, facilitando a ação da insulina e corrigindo as alterações das gorduras. Muitos pacientes têm redução do colesterol e dos triglicérides, com aumento seletivo do HDL ou colesterol benéfico. Há ainda uma redução importante da circunferência abdominal, daí a fama de seus efeitos em reduzir esse tipo de gordura”, explica Ellen Paiva.

A ação do medicamento ocorre no bloqueio de tais receptores quando eles estão hiperativos, uma característica dos pacientes portadores de um tipo muito especial de obesidade, localizada principalmente no andar superior do abdome, geralmente com braços e pernas desproporcionalmente magros em relação ao abdome. “O rimonabanto não se aplica a pessoas com obesidade do tipo pêra - que compromete glúteos e coxas - ou com obesidade bem distribuída pelo corpo e sem preferência abdominal, principalmente aqueles obesos sem alterações metabólicas e com exames de sangue normais”, revela a endocrinologista.

“O efeito emagrecedor é também variável, mesmo nos casos selecionados de Síndrome Metabólica e de obesidade central. Acompanhamos pacientes que perderam muitos quilos, e, em poucos meses, alcançaram o peso ideal, enquanto outros não perderam peso algum. Isso ocorre com todos os medicamentos, funcionam para uns e não funcionam para outros”, diz Ellen Paiva.


Efeitos não desejados

Os efeitos colaterais são um capítulo muito sério quando falamos do rimonabanto. O que acontece é que os receptores bloqueados pela droga estão intimamente ligados ao nosso sistema de compensação ou aos nossos mecanismos anti-estresse. A ingestão do remédio pode ser intensamente agressiva para alguns, pois retira do paciente a capacidade de tolerar as angústias, as frustrações e tudo o que representa desprazer. “Isso pode ocorrer a mais de 10% dos pacientes que fazem uso do medicamento. Logo, ele só pode ser consumido com acompanhamento médico rigoroso, pois a seleção dos pacientes é fundamental e deve ser feita de maneira criteriosa”, afirma Ellen Paiva. O medicamento é contra-indicado para pacientes com antecedentes de depressão e síndromes ansiosas graves. Ainda assim, pacientes que nunca manifestaram esses problemas podem apresentá-los quando são medicados com o rimonabanto. “Vale destacar também uma preocupação com o que observamos, às vezes, em nossos pacientes que fazem uso do medicamento: um desinteresse pela comida, uma insatisfação vaga. Sabemos que essa apatia e desinteresse podem também refletir certo desinteresse pela vida. Precisamos saber lidar com esta situação para entender e decidir quando devemos medicar ou suspender a medicação, mesmo quando ela parece ser tão benéfica”, recomenda a endocrinologista.

Diante de algum sintoma de efeitos colaterais, o acompanhamento médico e a suspensão em tempo hábil da droga possibilitam o controle do paciente.

“Nos casos em que o paciente tolera bem o medicamento, o que observamos é muito animador. Há redução da fome e aumento da saciedade, o paciente faz sua dieta muito facilmente. A perda de peso é a regra, com redução da gordura visceral e da circunferência abdominal”, diz Ellen Paiva. A melhora metabólica dos pacientes que vem fazendo uso do rimonabanto nos faz acreditar que estamos diante de uma nova classe de medicamentos muito promissora e que, assim como aconteceu com todas as outras classes de medicamentos para combater a obesidade, a descoberta da droga inicial, propicia a pesquisa de outras da mesma classe, com atuação semelhante e menos efeitos colaterais. “A perspectiva é promissora e melhora muito as chances de enfrentamento da doença metabólica mais debilitante: a Síndrome Metabólica, intimamente ligada ao diabetes e às doenças cardiovasculares”, afirma a diretora do Citen.



Serviço:
CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional
Endereço: Rua Vergueiro, 2564. Conjuntos 63 e 64
São Paulo-SP
www.citen.com.br




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