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Mitos e Verdades sobre a relação entre reposição hormonal e câncer de mama na menopausa

03/08/2015

O câncer de mama é a principal causa de morte entre mulheres. Estudos apontam que a terapia de reposição hormonal pode aumentar as chances de incidência da doença

Quando ondas de calor, irritação, ressecamento vaginal, redução na libido, menstruação irregular, insônia e outros sintomas começam a aparecer, normalmente entre os 45 e 50 anos, fica fácil adivinhar: é a menopausa batendo à porta. Este incômodo leva muitas mulheres a fazerem a reposição hormonal, alvo de polêmica entre os especialistas de saúde pelo aumento das chances de incidência de câncer de mama.

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), há evidências consistentes de que a utilização da Terapia com Hormônios Sintetizados (TRH) combinada (estrogênio e progesterona) pode aumentar aproximadamente em 24% as chances de desenvolver câncer de mama, o que já é consenso na literatura médica e fato conhecido da maioria das pessoas.

Para esclarecer as dúvidas, a oncologista do Hospital Santa Paula, Anezka Ferrari, elencou os principais mitos e verdades sobre reposição hormonal e sua relação com o câncer de mama:

,b>1. Mulheres que tomam hormônios por mais de cinco anos têm maior chance de desenvolver a doença.
Verdade. O risco de desenvolvimento do câncer de mama e endométrio com a Terapia com Hormônios Sintetizados (TRH) aumenta conforme a dose e o tempo de exposição. De forma similar, mulheres que são expostas à TRH mais velhas (após os 60 ou dez anos após a menopausa) possuem um risco ainda mais alto de desenvolver problemas relacionados à terapia. A maioria dos tipos de câncer de mama apresenta receptores para hormônios femininos (estrogênio e progesterona). Diversos estudos epidemiológicos sugerem que dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama está a maior exposição a esses hormônios. Esta observação levou ao questionamento se o uso de terapia de reposição hormonal após a menopausa não aumentaria também o risco de câncer de mama, o que foi confirmado em um grande estudo prospectivo e randomizado, no qual as mulheres foram divididas em dois grandes grupos, um que recebeu TRH e outro que recebeu placebo. Ao final, houve muito mais câncer de mama no grupo da reposição hormonal, confirmando essa suspeita.

2. Se a mulher parar de tomar hormônio diminuem as chances de câncer.
Verdade. Estudos clínicos que avaliam o risco de câncer em mulheres que usaram TRH no passado ainda estão em andamento, mas há evidências que após cinco anos de interrupção da terapia hormonal o risco de desenvolver um câncer reduz progressivamente para o patamar de uma mulher não exposta a esta terapia.

3. Mulheres que já tiveram câncer podem fazer uso da terapia de reposição hormonal.
Mito. Mulheres que já tiveram câncer de mama e endométrio não devem realizar terapia de reposição hormonal por elevar o risco de recorrência da doença e de desenvolvimento de novo tumor.

4. O tratamento eleva risco de câncer de mama, ataque cardíaco e derrame.
Verdade. Essa relação está sujeita a interferência de alguns fatores, como idade da paciente, doenças pré-existentes, o tipo de hormônio usado, o tempo de menopausa transcorrido desde a última menstruação e o início do tratamento.

5. Quem faz uso de hormônios engorda.
Mito. Homens e mulheres tendem a ganhar peso com o passar dos anos. Na menopausa a gordura começa a se concentrar na região do abdômen. Com a terapia hormonal, os excessos se depositam em outras áreas, como mamas e quadril.

6. A terapia hormonal melhora o aspecto da pele, das unhas e do cabelo.
Verdade. Quando a menopausa chega, muitas mulheres reclamam que a pele fica mais seca e fina, as unhas se tornam fracas e o cabelo começa a cair. Com a volta do equilíbrio hormonal esses problemas estéticos são amenizados.

7. O tratamento aumenta a libido.
Verdade. Os especialistas afirmam que, dependendo do tipo de tratamento, há um aumento no desejo sexual. Em muitos casos isso ocorre devido ao aumento da autoestima feminina combinado à melhora da lubrificação vaginal.

8. O tratamento via oral causa menos problemas do que aquele feito com adesivos e injeções.
Mito. O medicamento administrado por via oral precisa ser metabolizado no fígado e pode causar complicações em algumas mulheres. Em determinadas situações a via oral não é a mais indicada, como em casos de hipertensão e diabetes.

9. Não é bom realizar o tratamento por muito tempo.
Mito. Há uma limitação relativa ao tempo de uso somente quando é feita com a combinação de estrogênio e progesterona, pois há evidências de que o risco de câncer de mama aumenta quando esse tratamento é realizado por mais de cinco anos. Entretanto, pesquisas recentes apresentadas no último Congresso da Sociedade Norte-Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology - ASCO), sugerem que se essa reposição for realizada somente com um hormônio isolado - no caso, o estrogênio - pode haver proteção contra o desenvolvimento de câncer de mama, principalmente em mulheres negras.

10. Depois que a terapia é interrompida a mulher envelhece mais rápido.
Mito. A mulher envelhece na velocidade normal, a diferença é que, durante a reposição hormonal, ela se sente mais jovem.




Veja mais sobre O ASSUNTO em:

Saúde Feminina com Prof. Dr. Mauricio Simões Abrão





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