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ABN se opõe à indicação de vitamina D para tratamento em altas doses. Vejam aqui o caso!

19/08/2014

A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória, autoimune e degenerativa do sistema nervoso central (SNC), que ocorre com mais frequência nos países de clima temperado e frio, longe da linha do Equador, e particularmente na população de origem caucasiana.

Nestes lugares ocorre menor radiação solar (principal fonte de vitamina D). Vários estudos levantaram a hipótese de que a deficiência desta substância poderia estar relacionada à ocorrência da doença e sua distribuição geográfica. A partir destes estudos, ficou claro que a vitamina D é um dos fatores de risco associados à doença, mas a sua causa ainda é desconhecida.

Quanto a ser considerado tratamento para a doença, diversos estudos relacionando a vitamina D à EM estão em andamento, monitorando os efeitos colaterais e a sua eficácia em relação ao controle da doença. Até o momento, as pesquisas têm demonstrado que níveis reduzidos de vitamina D podem estar relacionados à maior ocorrência de surtos.

Porém, ainda falta suporte científico para a indicação da vitamina D como monoterapia. A publicação de um Consenso neste assunto visa orientar os neurologistas brasileiros no cuidado de pacientes com EM.

O Departamento Científico de Neuroimunologia (DCNI) da Academia Brasileira de Neurologia reuniu neurologistas e pesquisadores de várias regiões do país para definir diretrizes em consenso sobre o uso terapêutico da vitamina D em pacientes portadores de esclerose múltipla (EM).

Apoiados em uma série de estudos consultados através das bases de dados PUBMED, EMBASE, COCHRANNE e LILACS, chegaram à conclusão de que não há, até o momento, evidências científicas que justifiquem o emprego da substância vitamina D, em qualquer formulação, em altas doses e como monoterapia no tratamento da EM na prática clínica.

O uso de vitamina D em doses adequadas é correto. De acordo com os estudos citados pelo consenso, doses individualizadas de até 10.000UI por dia, para atingir uma concentração entre 40 e 100mcg/dL no sangue, podem ser consideradas seguras. Acima deste valor, as doses podem ser consideradas tóxicas. O Consenso refuta a aplicação indevida de dosagens excedentes.

É importante frisar que a utilização inadequada de doses elevadas pode acarretar em uma série de efeitos adversos relacionados à intoxicação, como náusea e vômito, anorexia, dor abdominal, obstipação, insuficiência renal aguda e crônica; crise convulsiva, arritmia, bradicardia, hipertensão, cardiomiopatia; fraqueza muscular, calcificação, osteoporose, entre outros.

Atualmente, a indicação de vitamina D em altas doses e em monoterapia é considerada experimental. Para a sua utilização em estudos clínicos é mandatória a aprovação de um projeto de pesquisa por um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, regulamentado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), além de exigir consentimento esclarecido assinado pelos pacientes.

As publicações de estudos relativos à segurança e eficácia do uso de vitamina D e suas formulações para prevenção de novos surtos da EM, assim como para impedir a progressão das incapacidades, estão sendo aguardadas com expectativa pela comunidade científica.

Entretanto, o desenvolvimento ou a indicação de novos medicamentos precisa passar por várias etapas de testes exigidas pelas agências regulatórias, como, por exemplo, no Brasil, a Anvisa, e vários ensaios clínicos controlados, desenvolvidos pela indústria farmacêutica, universidades e centros de pesquisa. Fora deste contexto não há garantias para a segurança do paciente.

O consenso será revisto com regularidade conforme novos conhecimentos surgirem.




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