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Hepatites por vírus e Doença Gordurosa são as principais doenças crônicas do fígado e as causas mais frequentes do câncer do fígado! Veja aqui!

20/03/2014


Sociedade Brasileira de Patologia alerta que gordura e consumo excessivo de álcool também afetam o funcionamento do órgão


Nos últimos meses, o câncer de fígado vem ganhando espaço na mídia, associado ao uso de anabolizantes. Porém, não é apenas o uso desse produto que afeta o funcionamento do fígado - outros fatores como consumo excessivo de álcool e hepatites podem alterar o funcionamento do órgão.

"As duas grandes causas de cirrose e de câncer de fígado em todo o mundo atual são infecções virais como hepatites C e B e as doenças gordurosas do fígado, sejam elas decorrentes de etilismo ou de distúrbios metabólicos associados à obesidade e/ou diabetes", comenta o médico professor Venâncio Avancini Ferreira Alves, membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e professor titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Levantamento realizado no serviço de hepatologia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, unidade da Secretaria de Estado da Saúde na capital paulista, mostra que 60% dos pacientes com problemas no fígado atendidos no local são portadores de hepatite.

A doença é a maior responsável pela cirrose hepática e, por consequência, pelos transplantes de fígado. Cerca de 40% dos procedimentos ocorrem em pessoas contaminadas pelo vírus do tipo C. Já a hepatite B é responsável por 8% das cirurgias.

A hepatite é uma doença silenciosa e que demora a apresentar sintomas, pois o período de incubação do vírus pode variar entre 10 e 30 anos. Os danos causados pela inflamação nas células do fígado são irreversíveis e comprometem as funções vitais do órgão, como a produção de proteínas do sangue e a refinação dos alimentos absorvidos pelo intestino.


"A insuficiência hepática decorrente da cirrose leva o doente a necessitar de um transplante para sobreviver. Além disso, as chances do paciente apresentar câncer também são maiores", ressalta Carlos Baía, médico coordenador do serviço de hepatologia do Hospital de Transplantes.

Os dados oficiais mais recentes apontam que há no Brasil cerca de 1,5 milhão de infectados pelo vírus do tipo C. Por ano são notificados mais de 33 mil novos casos de hepatites virais. "As chances de o indivíduo ter contato com este "agente" são 100 vezes maiores do que com o vírus da Aids, por exemplo. Por isto é fundamental fazer o teste por meio de um exame de sangue. O médico da família pode, e deve, solicitá-lo periodicamente", destaca Baía

A vacina para a hepatite B está disponível gratuitamente na rede pública de saúde e, segundo o especialista, com os medicamentos disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde) a doença pode ser curada, principalmente se for diagnosticada no início.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de fígado é um dos mais comuns entre homens, com 7,5% do total de casos entre o sexo masculino. É também um dos que mais matam, devido ao diagnóstico tardio ou dificuldade no tratamento.

Venâncio Alves alerta que aproximadamente entre 80% e 90% dos casos com este tipo de câncer são associados à cirrose, podendo ter evolução inicialmente silenciosa e lenta; a maior parte é inicialmente assintomática, ou seja, sem sintomas, podendo se manifestar naqueles pacientes com doença em estágios mais avançados: dor no hipocôndrio direito, aumento do volume abdominal, febre e icterícia.

O diagnóstico precoce é uma das maneiras mais eficazes para combater a doença. O procedimento é realizado por exames clínicos como dosagem de proteínas produzidas pelo tumor e identificáveis por exames de sangue específicos (alfa-fetoproteína), exames de imagem como ultrassonografia de abdômen, ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Quando um nódulo é identificado, além do exame de imagem, a caracterização histológica pode ser buscada mediante biópsia. Na maior parte dos casos, utiliza-se a biópsia por agulha, sendo o diagnóstico histológico efetuado por um médico patologista. "Quando diagnosticado precocemente, ou seja, com o nódulo tumoral inferior a 2 cm, quando ainda é possível a ressecção ou o transplante, o índice de sobrevida em cinco anos chega próximo de 90 %. Nos casos mais avançados, essa taxa de sobrevida cai cerca de 10%", comenta o patologista.

"Outro avanço tem sido a reconsideração dos principais grupos de especialistas internacionais no sentido de voltar a efetuar a biópsia por agulha grossa dirigida por ultrassom ou por tomografia com finalidade de obtenção do diagnóstico histopatológico, identificando o tipo de lesão, sua graduação, análises moleculares, oferecendo, assim, informes úteis para a seleção da melhor estratégia para tratamento", explica Alves.

De acordo com Carlos Varaldo, Presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite C, uma ONG, "as autoridades estimam que entre as pessoas com idade entre 47 e 67 anos de idade se encontram 75% dos infectados com a hepatite C. A maioria desses infectados não se incluem nos fatores de risco que, até agora, haviam sido usados como base para recomendar a realização do teste. Esses fatores de risco incluem o uso de drogas injetáveis, ter recebido transfusão de sangue ou transplantes de órgãos antes do teste HCV tornou-se rotina, exposições conhecidas para HCV, presença de sintomas de hepatite, e todos os pacientes com HIV."


Hepatite C: Assassino Invisível

Na faixa de idade entre 47 e 67 anos, 1 de cada 30 indivíduos está infectado com hepatite C e não sabe da sua doença. O hemograma não detecta a infecção, somente com um teste especifico chamado ANTI-HCV é possível o diagnostico. O teste somente existe desde 1992, ano em que os bancos de sangue passaram a testar o sangue utilizado em transfusões.

A maioria dos infectados com hepatite C foi contaminado antes de 1992, permanecendo o vírus atacando e destruindo o fígado de forma silenciosa e sem sintomas por duas ou três décadas, chegando finalmente a levar o paciente à cirrose ou ao câncer de fígado. Em cada quatro pessoas não diagnosticadas e devidamente tratadas, uma delas estará perdendo 17 anos de vida, morrendo a uma idade média de 56 anos.

A hepatite C é transmitida por contato com sangue, não sendo considerada uma doença sexualmente transmissível devido a pouca probabilidade de acontecer o contagio por via sexual.


Veja algumas recomendações para evitar o contato com os vírus das hepatites:

- Utilize preservativo nas relações sexuais
Em 70% dos casos, a hepatite B é transmitida em relações sexuais. O contágio pode ocorrer em uma única relação sem proteção.

- Não compartilhe objetos cortantes
Na visita a manicure recomenda-se levar seu próprio kit com alicates e outros instrumentos. Também tenha a sua própria lâmina de barbear e só utilize agulhas ou seringas que sejam descartáveis. Colocação de piercings e tatuagens são procedimentos arriscados, quando não realizados com os devidos cuidados de esterilização.

- Fique atento a higiene de utensílios e alimentos
A hepatite A é transmitida por ingestão do vírus. Assim, alimentos e até mesmo água comercializados nas ruas ou em ambientes precários, sem que haja condições básicas de higiene, podem servir de vetores para o vírus.




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