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Hiperhidrose: como lidar com o suor excessivo? Veja aqui!

20/03/2014

Você já passou pelo constrangimento de ter de dar a mão à alguém sabendo que ela está suada e úmida? E viver eternamente incomodado com aquelas "manchas" de suor que insistem em aparecer ao redor das axilas? Ou até mesmo estar entre amigos ou em alguma situação que necessita ficar sem sapatos e perceber que todos se entreolham quando você os tira, já que seus pés suam excessivamente causando odor desagradável?

A hiperhidrose ataca normalmente pés, mãos e axilas - e as vezes até o corpo todo - provocando suor excessivo nestas regiões sem que haja um estímulo evidente, como por exemplo, a prática de ginástica. As pessoas que sofrem de hiperhidrose suam de maneira mais acentuada que o normal, e chegam muitas vezes a ficar com estas regiões do corpo "ensopadas".


Sintomas

O início dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta, por razões desconhecidas. Eventualmente podemos encontrar história familiar.

Os pacientes referem sudorese constante, às vezes inesperada, mas a maioria deles relata fatores agravantes. Os fatores desencadeantes da sudorese excessiva são o aumento da temperatura ambiente, o exercício, a febre, a ansiedade e a ingestão de comidas condimentadas.

Geralmente há melhora dos sintomas durante o sono.

O suor pode ser quente ou frio, mas a sudorese é constante.

Pode afetar todo o corpo ou ser confinada à região palmar, plantar, axilar, infra-mamária, inguinal ou cranio-facial.

São roupas constantemente molhadas e manchadas, aspecto de má higiene e impressão de descontrole emocional.


Classificação da Hiperhidrose

De acordo com a dermatologista Dra. Helua Mussa Gazi (CRM/SP 104862), diretora da Clínica Belle Santé, a hiperidrose é caracterizada pelo aumento da sudorese. “Ela pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária. A mais comum é a primária, onde provoca um aumento de suor especialmente nas mãos, planta dos pés e nas axilas”, descreve a especialista.

A hiperidrose secundária, entretanto, geralmente acomete o corpo inteiro em situações de estresse ou em decorrência de algumas doenças ou condições como: menopausa, doenças cardíacas, hipertireoidismo, derrame, tuberculose e distúrbios hormonais. “Pessoas com hiperidrose costumam suar até mesmo nos dias frios. Na maioria dos casos, o motivo para a produção excessiva de suor produzido pelo organismo não é específico”, informa a Dra. Helua.

A hiperhidrose é mais comum em adolescentes entre 15 e 25 anos, mas pode ainda aparecer na idade adulta. "A hiperhidrose não apresenta risco, mas é extremamente desconfortável, podendo causar embaraço social e, muitas vezes, transtornos psicológicos e de relacionamentos", explica o cirurgião plástico, Alexandre Barbosa.

A dermatologista explica ainda que embora o distúrbio possa acontecer em qualquer idade, os sintomas começam a surgir na infância e se agravar na puberdade. Mas pode melhorar com o passar dos anos. “Esse suor em si não tem odor. Isso porque, na transpiração são perdidos 95% de água e 5% de eletrólitos. Trata-se de substâncias como sódio, potássio, cálcio e magnésio, que reagem com a água e fazem a condutividade elétrica no sangue. Porém, o seu excesso contribui para a proliferação de bactérias que se alimentam dele e estas podem causar o mau cheiro”, afirma Gazi.



Causas

A termorregulação (regulação da temperatura corporal) está associada a dois tipos de glândulas na pele: as glândulas apócrinas e as glândulas écrinas.

As glândula apócrinas estão associadas aos folículos pilosos, então estão presentes em locais da pele nos quais possuem pêlos. Mas sua relação com a hiperhidrose é pouco importante.

A hipersecreção das glândulas écrinas é que causam as alterações descritas. As glândulas écrinas estão mais concentradas nas axilas, palmas das mãos e plantas dos pés, e elas sim têm importante papel na termorregulação. O excesso de secreção desta glândula écrina é que causa a hiperhidrose. Existem de 2 a 5 milhões de glândulas écrinas distribuídas por todo o corpo.

De acordo com Dra Gisele Barbosa, CRM SP 116046, dermatologista, as causas podem ser as mais diversas, desde obesidade, menopausa, uso de drogas antidepressivas, alterações endócrinas e neurológicas com disfunção do sistemas nervoso e até mesmo desconhecidas em alguns casos.

Quando o quadro de hiperidrose é grave, ocorre gotejamento espontâneo na região afetada. Nos casos mais graves, a pele pode ficar macerada ou mesmo fissurada.

Quando a sudorese é mais intensa na região axilar, outros sintomas desagradáveis são relatados. “O exsudato pode causar odor fétido (bromidrose). O odor fétido é causado pela decomposição do suor e debris celulares de bactérias e fungos. Assim, pode contribuir para o aparecimento e manutenção de outras doenças de pele como infecções piogênicas, fúngicas, dermatite de contato, etc”, explica Dra. Gisele.


Mudança de hábitos de higiene (se você sua demais)

Banho com sabonete desodorante: seu uso prolongado pode levar à dermatite.

Não calçar o mesmo par de sapatos por dois dias seguidos; utilizar palmilhas absorventes, que devem ser substituídas freqüentemente.

Evite banhos muito quentes, que elevam a temperatura do corpo, fazendo você suar muito mais após o banho.

Evite roupas de tecidos sintéticos, como lycra ou poliéster, que não absorvem o suor e dificultam a evaporação.
Uso de talco ou amido de milho natural (para os casos mais leves): deve ser aplicado entre os dedos, sob as mamas ou em pregas da pele.

Use loção adstringente ou lave a cada quatro horas (com sabonete neutro) o rosto, o pescoço, as axilas e as mãos, o que ameniza a sensação de desconforto causada pelo suor e evita a proliferação de bactérias e o odor desagradável.

Use roupas claras, pois as cores escuras evidenciam a marca de suor e absorvem mais o calor.

Use blusas de mangas sempre de algodão ou de linho, que absorvem o suor debaixo dos braços.



É possível tratar a hiperidrose?

A resposta é sim.

A hiperidrose sempre foi tratada de diversas formas, dependendo da intensidade dos sintomas. Segundo Dra. Gisele, as opções de tratamento clínico incluem os itens abaixo:

1. Opção clínica mais eficaz na opinião dela: uso de desodorantes anti-transpirantes com resultados muito satisfatórios.

2. Uso de outros antiperspirantes e adstringentes (cloreto de alumínio em álcool etílico, solução de glutaraldeído 2%, etc.). “Estes produtos devem ser aplicados sobre a pele seca, após banho frio, imediatamente antes de deitar-se. Apresentam o inconveniente de causar dermatite de contato ou deixar a pele com coloração amarelada”, explica Barbosa.

3. Tratamento medicamentoso sistêmico, com drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas, mas que proporcionam apenas alívio parcial e apresentam efeitos colaterais indesejáveis, como alteração da visão, boca seca, problemas urinários, sedação, entre outros.

Segundo a Dra. Helua, os tratamentos que amenizam os quadros de hiperidrose podem ser por meio de fórmulas tópicas contendo cloreto de alumínio, aplicação de toxina botulínica ou através de uma cirurgia chamada simpatectomia. (logo abaixo mais explicada)

“Para diagnosticar o distúrbio é preciso avaliação clinica, pois os sintomas são muito característicos, sempre com excesso de suor nas diversas áreas. Feito isso, a primeira opção de tratamento considerada é o uso de antitranspirantes, porque atuam bloqueando as glândulas sudoríparas, produtoras de suor”, assegura Dra Helua.

Outra opção de tratamento tem sido a Toxina Botulínica. O procedimento é bem simples e eficaz e consiste em injeções de botox (detalhes logo abaixo) a fim de bloquear as terminações nervosas que enviam sinais às glândulas sudoríparas, ajudando a interromper a produção de suor e, consequentemente, minimizar o cheiro desagradável.


Botox: a arma contra suor excessivo

O cirurgião plástico Alexandre Barbosa, explica que após a aplicação pode-se reduzir completamente o suor. “Uma sessão garante seis meses sem sudorese”, ressalta o especialista. O tratamento se inicia com a marcação dos pontos onde existem as glândulas sudoríparas ativas.

Uma vez delimitadas as áreas a serem tratadas, o Botox é injetado. A aplicação pode ser repetida em até dez dias se aparecer algum ponto adicional não combatido. Alexandre relata que a aplicação é rápida, praticamente indolor, além de dispensar internação e afastamento das atividades de rotina. “As contraindicações ficam restritas as pacientes grávidas ou portadores de doenças degenerativas, como lúpus e miastenia”, detalha. O novo resultado do produto tem sido reconhecido como “efeito lifting”. Isso porque, combinado a outras técnicas, traz benefícios similares ao procedimento, mas sem intervenção cirúrgica. “A toxina botulínica pode elevar áreas da face e do pescoço, não sendo indicado somente para amenizar rugas, mas também para elevar a sobrancelha e a ponta do nariz, por exemplo. Tudo isso de maneira bastante sutil”, afirma Alexandre.

Atividades diárias como dirigir um carro, escrever em um papel ou teclar no computador podem se tornar incômodas e estressantes, devido ao excesso de suor nas mãos. Neste caso, o Botox é injetado onde existem as glândulas sudoríparas ativas, bloqueando as terminações nervosas que as estimulam, e o suor desaparece quase que imediatamente, e por no mínimo quatro meses.

O uso da toxina butolínica é mais indicado para aplicações em quem tem sudorese excessiva nas axilas. "Nas regiões plantar, palmar e digital, a injeção é mais dolorosa e, às vezes, pode-se recorrer a bloqueios anestésicos", comenta Alexandre. Com a aplicação da toxina, o nervo responsável pela liberação de substâncias que estimulam a produção de suor é bloqueado, fazendo com que a produção cesse.

Mas as aplicações devem ser refeitas para que o suor não volte a atrapalhar o dia-a-dia da pessoa. "A duração média varia de 6 a 9 meses. É importante lembrar ainda que o efeito não é imediato, ele tem um início de ação em 48 horas, atingindo seu pico em duas semanas", complementa Alexandre. Ele comenta ainda que o uso contínuo da substância não interfere na eficácia das aplicações. "Não é recomendado a aplicação com intervalos menores do que dois meses, mesmo porque ela nem é necessária".


Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico, por ser mais invasivo e necessitar de internação com anestesia geral, é a última alternativa. Indicada apenas para os casos de hiperhidrose grave ou hiperhidrose moderada com significativa piora de qualidade de vida.

De acordo com Dra. Gisele, “a cirurgia se chama Simpatectomia Torácica por Videotoracoscopia (intervenção cirúrgica que interrompe a transmissão dos nervos responsáveis pelo suor excessivo) e, além do risco cirúrgico, existe o risco de hiperhidrose compensatória, ou seja, no local que foi operado não sua mais, mas o suor exagerado pode ser migrado para outras regiões do corpo que até então não eram afetadas.”



Veja mais sobre DERMATOLOGIA e BELEZA em:

1) Dermatologia e Saúde com Dra. Érica Monteiro

2) Pele Saudável com Dra. Katia Volpi Fogolin

3) Beleza e Estética com Orlando Sanches

4) Cirurgia Plástica e Saúde com Dr. Alan Landecker







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