Novo medicamento para hepatite C reduz drasticamente o tempo do tratamento. Veja aqui! 13/03/2014 Dados apresentados no último HEP DART comprovam que cerca de 80% dos pacientes que utilizaram Simeprevir apresentaram resposta virológica sustentada após 12 semanas Mais de três milhões de brasileiros estão infectados com hepatite C, doença viral que leva à inflamação do fígado e, segundo o Ministério da Saúde, 10 mil novos casos são descobertos a cada ano. A doença se desenvolve no organismo lentamente e, na maioria das vezes, é assintomática (formas sintomáticas são raras). Por essa razão, a hepatite C é frequentemente diagnosticada tardiamente, quando o fígado já está bastante danificado. Uma novidade terapêutica, Simeprevir, aprovada recentemente pelo FDA promete aumentar a qualidade de vida desses pacientes, além de acelerar e aumentar as chances de cura. A hepatite C é transmitida principalmente pelo sangue contaminado com o vírus. O vírus da hepatite C pode ser transmitido através do sangue, contato sexual e para o bebê durante o parto. Apesar de assintomática, raramente, pode ocorrer uma forma aguda da enfermidade, que antecede a forma crônica. Nesses casos, o paciente pode apresentar mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada (icterícia) e dores musculares. No entanto, na maioria das vezes, a doença é diagnosticada apenas anos após a infecção, quando apresenta uma hepatite crônica que pode evoluir para formas graves como cirrose e/ou câncer no fígado. O vírus da hepatite C (VHC) possui variações chamadas genótipos e cada um deles apresenta uma resposta terapêutica distinta ao tratamento com o interferon e a ribavirina. Outro fator importante que deve ser considerado é a agressividade que cada genótipo do VHC apresenta. Existem 7 genótipos diferentes da hepatite em todo o mundo, porém apenas três deles são os mais comuns no Brasil: os tipos 1, 2 e o 3. O tratamento consiste na combinação de dois medicamentos: interferon peguilado (substância antiviral injetável uma vez por semana) e ribavirina (uma droga administrada por via oral, com quatro a cinco comprimidos por dia). O genótipo 1 é o mais comum, o mais resistente e mais difícil de tratar. Geralmente os pacientes com esse tipo da doença que são submetidos à terapia com o interferon e ribavirina tendem a não responder ao tratamento, necessitando refazê-lo posteriormente. A nova opção terapêutica fabricada pela Janssen, Simeprevir, é indicada principalmente para pacientes com hepatite C crônica genótipo tipo 1. De acordo com os estudos clínicos de fase III apresentados no HEP DART 2013, que aconteceu entre 8 e 12 de dezembro no Havaí, e anteriormente expostos no congresso anual da American Association for the Study of Liver Disease (AASLD), cerca de 80% dos pacientes que não receberam tratamento anterior mostrou resposta virológica sustentada após 12 semanas, ou seja, o vírus foi erradicado. Além disso, muitos pacientes com hepatite C estão co-infectados com HIV, situação em que o organismo tem de enfrentar mais de uma doença ao mesmo tempo. Aproximadamente 30% dos pacientes no Brasil com Hepatite C estão co-infectados com o vírus HIV. A Dra. Maria Cássia Mendes Corrêa, pesquisadora do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que as interações medicamentosas são o maior desafio nos grupos co-infectados. “O novo medicamento oferece uma grande vantagem no que se refere à adesão e manutenção do tratamento, sobretudo por parte dos pacientes co-infectados. Isso porque o tratamento consiste em apenas um comprimido por dia, diferente dos medicamente atuais que requerem a ingestão de muitos comprimidos ao dia”. O hepatologista Dr. Mário Guimarães Pessoa, da Sociedade Brasileira de Hepatologia, explica que “o novo medicamento tem um bom perfil de segurança, que pode trazer a possibilidade de um tempo mais curto de tratamento e menos efeitos colaterais do que as terapias usadas até hoje, além de melhorar bastante a qualidade de vida do paciente em tratamento”, e ressalta ainda que “estamos vivendo um momento muito importante para a hepatite C depois de muitos anos com apenas uma opção de tratamento”. | |
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