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André Massaro
Saúde Financeira
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Quatro passos para ser mais feliz com seu dinheiro

Afinal de contas, dinheiro traz felicidade? Esta deve ser uma pergunta tão antiga quanto o próprio dinheiro. A alguns anos, um conhecido fabricante de automóveis lançou, nos EUA, uma marca premium de carros e cunhou o seguinte slogan comercial: “Quem diz que dinheiro não traz felicidade não está gastando direito”.

As mais recentes pesquisas de psicólogos e economistas apontam que, ao menos em parte, o fabricante de carros está correto. Dinheiro traz felicidade... Ou, pelo menos, é muito difícil ser feliz sem dinheiro.

Porém, o dinheiro traz felicidade apenas até certo ponto. Quem em já teve contato com economia certamente já ouviu falar da “lei dos retornos decrescentes”, idealizada originalmente para explicar fenômenos que impactam na produtividade de alguns processos econômicos. Essa “lei” pode facilmente ser aplicada para explicar a relação entre dinheiro e felicidade. Em poucas palavras, a lei dos retornos decrescentes diz que, quando aumentamos a quantidade de um item qualquer numa linha de produção, a produtividade aumentará imediatamente, mas ela tenderá a diminuir após algum tempo utilizando esse fator “extra”.

No caso do dinheiro e da felicidade podemos tentar explicar da seguinte forma: de uma pessoa que não tem “um centavo” no bolso para outra que tem um milhão na conta, o salto em qualidade de vida é brutal. De uma pessoa que tem um milhão para outra que tem dez milhões, a diferença de qualidade de vida ainda é bastante grande. De uma pessoa que tem dez milhões para uma que tenha cem milhões, a diferença em qualidade de vida provavelmente será bem pequena (provavelmente a que tem cem milhões terá um padrão de consumo mais extravagante, mas não necessariamente melhor). De uma pessoa que tem cem milhões para uma que tem um bilhão, a diferença em qualidade de vida será quase imperceptível, ou mesmo nula. É possível até mesmo que, a partir deste ponto, o dinheiro extra traga mais “dor de cabeça” do que prazer (ou seja, o dinheiro acaba virando um fator de INfelicidade). Como muitos já sabem, ainda que intuitivamente, a partir deste ponto o dinheiro deixa de ser importante, e as motivações passam a ser poder, reconhecimento, vaidade etc.

Mas, essa é uma realidade muito distante da maioria dos “mortais”. Grande parte da população do mundo jamais chegará ao ponto de ficar infeliz por excesso de dinheiro. Muito pelo contrário, sabemos que grande parte da nossa felicidade (que se traduz, principalmente, em liberdade e qualidade de vida) está associada a ter dinheiro. Como podemos, então, fazer mais com aquilo que temos e “maximizar” nossa felicidade?

1) Conheça-se: Invista em saber quem você realmente é e o que realmente te dá prazer. Pessoas que conhecem a si mesmas são mais resistentes a armadilhas de consumo, pois sabem que gastar uma fortuna naquela roupa da marca “X” ou freqüentar a balada “da moda” pode não ter um impacto significativo em sua felicidade e qualidade de vida (e vai sobrar mais dinheiro);

2) Invista em mais experiências e em menos “coisas”: Comprar produtos em excesso pode trazer uma sensação de prazer, mas é um prazer que dura pouco e, no longo prazo, perceberemos que nossas vidas estão cheias de “tranqueiras” que não usamos e sequer sabemos por que estão lá, nos gerando angústia e arrependimento. Experiências, por outro lado, nos tornam pessoas diferentes, com mais conhecimento, com mais “assunto” e, consequentemente, mais admiradas;

3) Consuma menos, mas com mais freqüência: Já que o prazer do nosso consumo dura pouco, consuma com freqüência maior (para maximizar o prazer) mas gaste pouco dinheiro a cada vez. Ao invés de ir uma vez por mês naquele restaurante caríssimo e extravagante, vá uma vez por semana se divertir com seus amigos no boteco da esquina. Existem fortes evidências científicas de que mais experiências prazerosas, ainda que menores individualmente, têm um impacto maior em nossa qualidade geral de vida;

4) Compre apenas no dia seguinte: Aqui vai uma boa técnica para escapar do consumo impulsivo. Nunca, jamais, em hipótese alguma, compre alguma coisa no mesmo dia em que a vê (a não ser que seja uma emergência). Não caia em “conversa de vendedor” do tipo “é a última unidade da loja” ou “amanhã o preço vai aumentar”. Anote o preço, vá para casa, durma e, no dia seguinte, observe se o desejo de comprar ainda existe. Se ele estiver lá, compre sem culpa... Mas se você seguir este procedimento sistematicamente perceberá, após algum tempo, que vai sobrar mais dinheiro e que você se sentira menos culpado (e consequentemente mais feliz) por causa de gastos inúteis.








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