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09/05/2012
Dr. Paulo Hoff, médico das celebridades!



O jovem, responsável e carismático, Dr. Paulo Hoff, formou-se em medicina em 6 anos (1985-1991) na UnB. Sempre em busca de conhecimento, fez o internato na Universidade de Miami, como aluno visitante e, na mesma universidade completou sua formação fazendo a Residência em Clínica Médica entre 1992 e 1995. Fez Especialização em Hematologia e Oncologia no M. D. Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, entre 1995 e 1998 e iniciou sua carreira acadêmica no mesmo ano de 1998, onde ficou até 2001 como Professor Assistente no M. D. Anderson Cancer Center da Universidade do Texas. Voltando ao Brasil, teve uma rápida passagem pelo Hospital Israelita Albert Einstein como Coordenador do NECC (núcleo de estudos clínicos em câncer).

Continuou sua carreira na Universidade do Texas, entre 2003 e 2006, se tornando Professor Associado e Vice-chefe de departamento no M. D. Anderson Cancer Center.

Em 2009, coroando sua carreira acadêmica, foi intitulado como Professor Titular de Oncologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o grau máximo dentro de uma Universidade, e também Diretor Clínico do ICESP-FMUSP. O ICESP, que é o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” – é um hospital terciário altamente especializado no tratamento do câncer, que recebe pacientes encaminhados de todo o Estado para atendimento de casos complexos. Inaugurado em maio de 2008, o ICESP é o maior hospital oncológico da América Latina, automatizado com o que há de mais moderno em tecnologia e equipamentos de última geração. A sede, próxima ao Sistema FMUSP/HC, abriga um prédio hexagonal com 112 metros de altura e 28 andares (sendo 4 subsolos), construído em uma área aproximada de 84.000 m2. Já em 2010, Dr. Paulo se tornou Membro do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas da FMUSP e no ano passado, em 2011, ficou como Diretor Geral do ICESP – FMUSP (em exercício).

No Hospital Sírio Libanês (HSL), ao final de 2006, assumiu o cargo de Diretor Executivo do Centro de Oncologia, até 2010, que foi quando se tornou Diretor Geral do mesmo.

Desde 24/04/2012, Dr. Paulo Hoff também passou a integrar o conselho de 12 membros do Hospital Sírio Libanês, onde existem apenas quatro médicos. Mais uma conquista para seu vitorioso currículo profissional!

Ufa! Não é à toa que Dr. Paulo é tão reconhecido na sua área! Com esta trajetória brilhante, ele uniu dedicação, muito trabalho e competência!

Logo abaixo vocês podem ver a entrevista – exclusiva e inédita - sobre atualidades em câncer e um pouco do seu trabalho na evolução do tratamento desta doença, que está cada vez mais perto de ser derrotada!

1. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Como será para você o novo desafio de integrar, desde 24/04/12 o Conselho do HSL? Alguma dica/conselho/segredo para conseguir atuar (bem!) como gestor e médico?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
O HSL é um dos principais hospitais da América Latina, e portanto participar de seu Conselho é uma tarefa muito importante e de muita responsabilidade. Sinto-me muito feliz e honrado com a escolha, que acredito ser o reconhecimento de um trabalho calçado na dedicação e lealdade à instituição. O médico tende a ter uma visão humanista da gestão, o que é muito bom, já isso é parte dos valores da instituição. Não acho que exista um segredo em particular, além de muito trabalho e bom senso. Além disso, como representante médico, acho importante ouvir muito, especialmente os colegas médicos que atuam na nossa instituição.

2. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Como Diretor de Oncologia do HSL, qual seu maior desafio no identificação e tratamento desta doença, que ainda assusta ao ser diagnosticada?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Avançamos muito no diagnóstico e tratamento dessa doença, e estamos muito próximos de um salto qualitativo na oncologia como um todo. Acredito que um dos nossos maiores desafios será manter o HSL na vanguarda desta verdadeira revolução que se apresenta. Cada vez mais nossos pacientes terão acesso a métodos diagnósticos e de tratamento individualizados, baseados no grande conhecimento genético e molecular acumulado nas últimas décadas. O crescimento do IEP (Instituto de Ensino e Pesquisa), bem como a vinda do Instituto Ludwig são ferramentas importantes para mantermos o HSL na liderança deste processo.

3. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Você considera o HSL uma referência no tratamento do câncer? Quais os diferencias que você ressaltaria?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Graças a um trabalho sério, e decisões estratégicas inteligentes de longo prazo, o HSL conseguiu destacar-se como uma das principais instituições no tratamento do câncer, com reconhecimento mundial. Vários diferenciais contribuem para este reconhecimento, começando pela qualidade do corpo clínico, da enfermagem, farmácia e outros serviços de apoio. A infraestrutura e os serviços do hospital são excelentes, e o Centro de Oncologia é extremamente funcional e agradável. Nosso programa de residência em oncologia e radioterapia é um dos mais procurados no Brasil, e estamos em fase de implantação de um programa de pós-graduação que complementará os programas já existentes. Pra o futuro, apostamos na internacionalização do Centro, com parcerias estratégicas com o Memorial Sloan Kettering de Nova Yorque, e com o Instituto Ludwig. Estas parcerias permitirão ao Centro aprofundar seus programas de treinamento e pesquisa, e, mais importante, nos ajudarão a tornar o HSL um centro de referência em Oncologia Molecular. (Nota Portal Sentir Bem: O HSL, acaba de inaugurar o 1º Centro de Oncologia Molecular (COM) coordenado pela Dra. Ana Maria Camargo, com cinco pesquisadores e área de 400m2.)

4. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Fala-se muito na humanização do tratamento. Como o senhor descreveria a relação médico-paciente no tratamento de um câncer?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Importantíssima. Tanto o paciente como seus familiares usualmente ficam muito fragilizados com o diagnóstico, e precisam de muito apoio. Além disso, a relação oncologista-paciente é muito intensa, muito próxima. Atualmente temos na equipe mais de 50 pessoas cuidando dos pacientes, um verdadeiro exército à disposição para que o paciente se sinta bem.

5. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Uma das grandes diferenciações no tratamento do câncer, no protocolo do HSL, é a individualização do tratamento. Por favor explique como é feito este tratamento personalizado.
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Cada vez mais reconhecemos que o câncer é na realidade um conjunto de doenças. Muito semelhantes, mas não iguais. Portanto, seria inadequado que tratássemos todos os pacientes da mesma maneira. O conhecimento da biologia tumoral está permitindo a identificação de diferentes grupos de pacientes, que podem ser tratados de maneira diferentes, com maiores chances de sucesso. Ainda individualizamos menos do que seria o ideal, mas já avançamos muito e as novidades nesta área aparecem todos os dias. Acredito que este é um caminho sem volta para toda a oncologia.

6. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): O câncer configura-se como um grande problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Estima-se ainda que existam cerca de 24,4 milhões de casos prevalentes no mundo. Se a tendência atual não se modificar, quanto prevê-se que em 20 anos a incidência aumente?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Os números são realmente preocupantes, mas sou um otimista. Não creio que as tendências continuarão inalteradas. Estamos vendo uma mudança nos países mais desenvolvidos, com queda na incidência de alguns tipos de tumores, e isto deve eventualmente ocorrer no nosso meio também. Dito isso, os números atuais já são muito altos, e precisamos realmente trabalhar para melhorar em três frentes: prevenção, detecção precoce e tratamento.

7. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Sabemos que 85% dos pacientes com câncer procuram tratamentos que chamamos de “alternativos”. O que é a medicina integrativa? Quais as terapias/tratamentos que fazem parte desta medicina integrativa no HSL?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Pacientes com câncer tendem a procurar opções não convencionais de tratamento, especialmente quando a medicina convencional não lhes oferece uma opção curativa. É muito importante, portanto, separar o que é medicina alternativa, sem comprovação científica, do que chamamos de medicina complementar, que é a medicina integrativa. São terapias que visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Poderíamos incluir neste grupo terapias como a massagem ou a acupuntura. Estudos científicos já mostraram os benefícios da acupuntura no controle da dor e da náusea, entre outros.

8. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): No evento sobre a parceria do HSL com o Instituto Ludwig, foi citada uma nova forma de identificar algum sinal de câncer intestinal, pelo DNA das fezes, que substituiria a desagradável colonoscopia. Já está à disposição das pessoas?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Infelizmente o exame ainda é experimental, e não está disponível para a comunidade, mas esperamos que em alguns anos esteja comercialmente disponível.

9. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Quais as drogas mais novas no tratamento do câncer, as patologias que tratam e em quanto estão aumentando a sobrevida e/ou cura do paciente?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Seria impossível citar apenas algumas drogas. Estamos vivenciando um período muito fértil de pesquisa e desenvolvimento. Existem hoje centenas de novas drogas para o tratamento do câncer em avaliação. Muitas não terão sucesso, mas mesmo que apenas uma parte funcione, já teremos um impacto muito grande na expectativa de vida dos pacientes. O próximo passo será realmente trabalharmos para aumentar as chances de cura dos pacientes com doença avançada.

10. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): De maneira sucinta, como funciona o novo tratamento que – ao invés de atacar o tumor propriamente – estimula o sistema imunológico das pessoas? Pode ser utilizado em qualquer tipo de câncer?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Nosso sistema imunológico é muito potente, e quando se descontrola pode até causar doenças sérias ao destruir partes do nosso próprio corpo, como no caso de Lupus, por exemplo. As células de defesa possuem, portanto, mecanismos que inibem seu funcionamento, para proteger o corpo. Alguns tipos de câncer, por terem DNA oriundo do paciente, passam desapercebidos pelo sistema imunológico, que poderia eliminá-los. Um novo tipo de terapia (anti-CLA4) bloqueia este mecanismo de controle, e "liberta" o sistema imunológico para que atue com toda sua força. Até agora temos comprovação de que este tipo de terapia funciona contra melanomas, mas é possível que outros tipos de tumores também venham a se beneficiar deste tipo de tratamento. Estudos estão em andamento.

11. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): O senhor lançou, juntamente com outros especialistas, um livro chamado “Como superar o câncer”. Quais as dicas que o senhor dá sobre tudo que está ao alcance do paciente para aliviar efeitos colaterais e quais atitudes ajudam na hora do tratamento, técnicas que diminuem a tensão, e o papel fundamental das atividades físicas.
Prof. Dr. Paulo Hoff:
O livro foi produto dos médicos do Centro de Oncologia do HSL, e teve uma aceitação muito grande por parte dos pacientes. É um livro que aborda temas importantes para os pacientes e seus familiares de uma forma leve. Fizemos o livro para ser um guia simples, com intuito de ajudar os pacientes a enfrentarem as incertezas iniciais, comuns a todo pacientes que é diagnosticado com câncer.

12. Priscilla de Arruda Camargo (Portal Sentir Bem): Existe algum tipo que pode ser prevenido com mudança no estilo de vida?
Prof. Dr. Paulo Hoff:
Existe. Quase um terço das mortes relacionadas ao câncer podem ser evitadas apenas com a eliminação do uso do tabaco. Além disso, medidas para evitar a contaminação por certos tipos de virus, como o HPV, hepatite B e hepatite C teriam um impacto significativo na incidência de câncer no Brasil. Outras medidas que se acredita possam ajudar a reduzir o risco de câncer incluem uma dieta saudável e exercícios regulares.

Agradecemos Dr. Paulo pela dedicação à medicina, nesta área que ainda é tão temida por nós mortais e por conceder esta exclusiva e inédita entrevista. Foi um prazer!




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