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27/03/2011
Exercícios ampliam a capacidade pulmonar

Que os exercícios físicos melhoram a saúde em diversos aspectos e a própria respiração em si, todo mundo já sabe. Mas novidades agora comprovadas por experiências científicas vão muito além:

1-A ampliação da capacidade pulmonar proporcionada pelos exercícios físicos se dá por dois mecanismos simultâneos: (i) aumento da quantidade de alvéolos - microestruturas onde ocorrem as trocas gasosas no sangue – e (ii) aumento da superfície de troca gasosa do pulmão.

2-Em consequência, melhoram significativamente os níveis gerais de oxigenação e diminuem os de CO2 no sangue; o que significa um melhor desempenho físico geral.

Análise dos alvéolos

Essas comprovações só foram possíveis mediante a novas técnicas de contagem confiável de alvéolos e de estimativa da superfície de troca gasosa do pulmão.






Como Se Deu A Descoberta

Pesquisadores do Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA), do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, liderados pelo estereologista Prof. Dr. Antonio Augusto Coppi, trabalharam com 2 grupos de ratos, submetendo um deles a um treinamento aeróbio de baixa intensidade de 60 minutos por dia (1 vez por dia) em esteira ergométrica, cinco vezes por semana, durante 10 semanas. O outro grupo teve, no Ratos na Esteira o mesmo período, uma vida sedentária - mas não eram enclausurados.

Coppi destaca que, apenas animais com aptidão para correr em esteira foram sistematicamente selecionados para o estudo, conforme recomendado pelo “American College of Sports Medicine” em 2006. Todos os ratos receberam uma mesma dieta padronizada, para que pudessem ter o mesmo aporte energético.

Após as 10 semanas, associando equipamentos de última geração, softwares ainda pouco utilizados no mundo e muita especialização, a equipe pode fazer a contagem exata dos alvéolos e da superfície de troca gasosa nos pulmões dos ratos de ambos os grupos, obtendo o resultado inédito, somente possível por meio da Estereologia Estocástica - ramo relativamente recente da ciência que permite a análise de partículas (como os alvéolos) levando em conta as três dimensões (3D): comprimento, largura e profundidade; com a possibilidade da análise na quarta dimensão (4D): tempo.

“Com a estereologia, é possível estimar o tamanho real e contar o número total das células ou de qualquer partícula, o que permite uma precisão muito maior do que a metodologia anterior (morfometria, observação bidimensional), que comumente leva o observador a interpretações equivocadas”- comenta Coppi.

Os Efeitos Práticos no Organismo

Como resultado do aumento da quantidade de alvéolos e da superfície de troca gasosa, os animais treinados tiveram 49% de acréscimo na pressão parcial de oxigênio (O2), redução de 22% na pressão parcial de gás carbônico (CO2) e aumento de 3% na saturação de O2.

Em termos práticos, houve um aumento dos níveis gerais de oxigenação e diminuição dos níveis de CO2 no sangue; o que significa melhor desempenho físico geral; inclusive nos esforços.

Fim de uma Antiga Controvérsia Científica, que Beneficia a Medicina

Os resultados da pesquisa indicam que os pulmões se adaptam aos exercícios controlados, através do surgimento de mais alvéolos e do aumento da sua superfície de troca de gases; ampliando assim o suprimento de oxigênio às células e adaptando-se ao esforço adicional imposto pelos exercícios físicos.
Quando não está sob esforço físico, esse mesmo organismo tende a um desempenho mais satisfatório que o normal, ganhando disposição e a sensação de bem estar.

Essas descobertas abrem novos horizontes para a medicina nos mais diversos campos; permitindo no futuro, inclusive, tanto a recuperação do desempenho físico, como a prevenção da indisposição e também a preparação de adolescentes e jovens para uma vida adulta mais saudável.

O estudo ainda sugere que o exercício aeróbio de baixa intensidade realizado em esteira ergométrica pode ser utilizado como coadjuvante no tratamento de doenças como o Diabetes mellitus.

A utilização da Estereologia Estocástica para mensurar os efeitos do exercício físico no pulmão põe fim a uma dúvida que perdurava desde 1980, quando os estudos eram contraditórios sobre este assunto, ou seja, não havia conclusão cientifica clara sobre os efeitos dos exercícios físicos para os pulmões. Esta dúvida só foi agora dirimida pelo LSSCA, que usou a Estereologia Estocástica associada à Topologia e Número de Euler.





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