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03/09/2010
Tabagismo e os cuidados na escolha do anticoncepcional

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de cinco milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao consumo de tabaco, 1,5 milhões das quais são mulheres. As mulheres estão fumando tanto quanto os homens e morrendo como eles. Neste cenário temos que considerar que o organismo feminino apresenta algumas características diferentes das do masculino, ocasionando um número maior de problemas. Cabe ao ginecologista, que exerce o papel de clínico geral da mulher, fazer uma análise completa da paciente para diminuir a associação de fatores de risco.

O tabagismo é um problema de saúde pública. A OMS o considera não só uma doença crônica, mas também um fator de risco dos mais importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares seja derrame cerebral, infarto do miocárdio ou doença arterial periférica. Quanto à questão ginecológica, o tabagismo contribui para o aumento dos casos de câncer de colo de útero, da incidência de osteoporose e dos casos de infertilidade - provavelmente porque o cigarro transforma o estrogênio, que é o principal hormônio feminino, em um estrogênio mais fraco.

“Temos que levar em consideração que a mulher, cada vez mais, por causa do mercado de trabalho, está adiando a maternidade e, por isso, faz uso de contraceptivos hormonais. Aliado ainda ao fato de que são fumantes, está surgindo uma geração de mulheres inférteis ou que desejam ter um filho em idade mais avançada e provavelmente muitas delas não poderão conceber”, explica Dr. Nilson Roberto de Melo, Presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

No Brasil, 21% das mulheres em idade reprodutiva que não desejam engravidar utilizam o anticoncepcional hormonal combinado oral. Trata-se de uma combinação de duas substâncias, o etinilestradiol (estrogênio sintético) e o progestagênio. O primeiro é um vasoconstritor, então a associação com a pílula combinada mais cigarro é contra indicada. Pílula combinada e cigarro não devem estar juntos em idade alguma, mas especialmente a partir dos 35 anos, porque a intensidade dos problemas aumenta. Já a pílula só com progestagênio pode ser utilizada sem perigo por fumantes, pois não aumenta o risco de acidente vascular cerebral e nem trombose.

Dr. Nilson enfatiza que a associação de tabagismo com pílulas combinadas, que tenham os dois componentes, não deve nunca ser recomendada porque o aumento do risco de eventos cardiovasculares estará presente. “Deve-se orientar à paciente a parar de fumar e enquanto ela não decidir parar de fumar, terá que utilizar a pílula só com progestagênio ou outro método anticoncepcional”, acrescenta o especialista.

É importante que todo ginecologista saiba o histórico familiar de doença cardiovascular, infarto ou derrame precoce, se a paciente tem história de hipertensão, de diabetes e se fuma porque esses fatores de risco associados aumentam exponencialmente o risco de doenças cardiovasculares.

“O ginecologista deve realizar uma boa análise, verificando antecedentes pessoais e familiares, porque tal conversa poderá indicar que a paciente não é fumante, mas se o marido ou a mãe que mora junto for fumante, então ela será uma fumante passiva”, afirma Dr. Nilson.

Pacientes com condições clínicas específicas precisam de contraceptivos diferentes:

· Se a paciente fuma ou tem mais de 35 anos é ideal que pare de fumar. Se ela tem 35 anos ou mais e não aceita parar, não deve fazer uso de métodos anticoncepcionais orais combinados.

· Quando a mulher está amamentando, métodos como a pílula apenas com progestagênio são melhores escolhas do que os anticoncepcionais orais combinados.

· Se a mulher tem fatores múltiplos que aumentam o risco para a doença cardiovascular, como hipertensão, diabetes ou tabagismo, não usar anticoncepcionais orais combinados. Deve optar um método sem estrogênio.

Veja mais sobre o assunto em nossa coluna de Saúde Feminina com Prof. Dr. Mauricio Simões Abrão





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