26/03/2010
Depressão pode estar ligada ao excesso de peso
Botero era fã das gordinhas! Na antiguidade, ter uns quilinhos a mais era comum, até para mostrar que havia fartura à mesa. Com o tempo, o excesso de peso perdeu a conotação positiva. Hoje, a obesidade se alastra e tira o sono dos médicos por causa do impacto que tem sobre a saúde. Ela facilita o surgimento de doenças e diminui os anos de vida.
As pesquisas mostram que a fome e a vontade de comer estão intimamente ligadas a aspectos genéticos e a hormônios que agora começam a ser mais conhecidos. De doze substâncias presentes no corpo que interferem nesses mecanismos, três têm papel importante: a grelina, a leptina e o PYY3-36.
Decifrar esses compostos para aproveitá-los no controle do peso é a meta dos estudiosos. Um dos mais investigados é a leptina, fabricada pelas células gordurosas para provocar a satisfação do apetite. Um estudo, feito na Universidade da Califórnia, mostrou a falta que a substância faz. As pessoas do grupo foram tratadas e com o nível de leptina restabelecido, emagreceram em dez meses, sem dieta.
Estar acima do peso deixa o adolescente mais vulnerável a sintomas depressivos. A constatação é de uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Enquanto os sinais da depressão atingem 80% dos jovens com excesso de peso, a porcentagem é de 21,7% para os que estão com o peso normal.
A associação entre episódios depressivos e obesidade já é conhecida, mas não esperava uma porcentagem tão alta num estudo que mostrou que 34,5% dos adolescentes com risco de ultrapassar o peso normal, também apresentavam sinais depressivos. Eles também ganham dos jovens que estão dentro do peso.
Desnutrição -
Um estudo feito também com adolescentes de 14 a 18 anos teve um questionário específico, capaz de detectar sintomas depressivos. As questões identificam sensações de desesperança, culpa, fracasso e baixa auto-estima, além de alterações orgânicas como falta de concentração, insônia, perda de apetite e de desejo sexual.
Esses são alguns dos sinais a apontar que o indivíduo está deprimido.
Ainda não se sabe o que ocorre primeiro, a depressão ou a obesidade. Segundo alguns psiquiatras, muitas vezes a depressão é a primeira a aparecer nos adolescentes, seguida pelo ganho de peso, mas nem sempre é assim.
No Brasil o que chama a atenção é o fato de que pessoas deprimidas têm mais dificuldade para combater a obesidade. A pessoa com depressão perde a capacidade de agir, a vontade de fazer as coisas, o dinamismo e a força. Também por isto, perder peso se torna ainda mais difícil.
Cuide dos seus filhos, preste atenção em hábitos diferentes, no apetite e na introspecção, pois eles podem ser sinais importantes para identificar a depressão.
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