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26/02/2010
Entenda o AVC

O Acidente Vascular Cerebral decorre da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. Essa falta ou restrição no fornecimento de sangue pode provocar lesão ou morte celular, além de danos nas funções neurológicas. Quando originado por obstrução de vasos sanguíneos, o AVC classifica-se como isquêmico, quando é resultado por uma ruptura do vaso, caracteriza-se como hemorrágico.

- Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: responsável por 80% dos casos de AVC. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais).

Ataques isquêmicos transitórios, como o próprio nome indica, correspondem a obstruções temporárias do sangue a uma determinada área do cérebro. Geralmente, originada do acúmulo de plaquetas agregadas em placas nas paredes dos vasos ou formação de coágulos no coração. Os sinais e sintomas desse ataque são os mesmos do AVC, contudo tem duração de poucos minutos e deve servir de alerta para que o paciente procure assistência médica imediatamente, pois nesses casos o risco de um AVC é iminente.

- Acidente vascular hemorrágico: o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõe a meninge). Como conseqüência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC é mais grave e tem altos índices de mortalidade.

Sintomas e sinais de alerta

Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como dor de cabeça muito forte, sobretudo se acompanhada de vômitos; fraqueza ou dormência no corpo, geralmente afetado um dos lados do corpo; paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação); perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar; perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.

Outros sintomas do acidente vascular isquêmico são tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação. Os ataques isquêmicos podem manifestar-se também com alterações na memória e da capacidade de planejar as atividades diárias, bem como a negligência. Neste caso, o paciente ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e auditiva para o lado normal, em detrimento do afetado.

Aos sintomas do acidente vascular hemorrágico intracerebral podem-se acrescer náuseas, vômito, confusão mental e, até mesmo, perda de consciência. O acidente vascular hemorrágico subaracnóide, por sua vez, comumente é acompanhado por sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e freqüência respiratória e eventualmente convulsões.

Tratamento imediato

O atendimento tão logo ocorra o AVC propicia melhor prognóstica e maior chance de sobrevivência.

Entre os recentes avanços no tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico foi o desenvolvimento de terapias capazes de dissolver o coágulo, como os trombolíticos, e restaurar o fluxo sangüíneo para o cérebro. Essas intervenções possuem maior eficácia quando desempenhadas até três horas após o início dos sintomas. O tratamento da hemorragia cerebral também é mais eficiente quando o paciente é atendido nas primeiras horas.

Mesmo que não seja hospitalizado imediatamente, o paciente deve ser encaminhado ao hospital o mais rápido possível, para receber tratamento apropriado. O diagnóstico realizado no hospital é fundamental na distinção do Acidente Vascular Cerebral de outras doenças igualmente graves e com sintomas semelhantes.

AVC: Indício de outras doenças

Pessoas com histórico de Acidente Vascular Cerebral podem apresentar outras artérias, de diferentes partes do organismo, com coágulos e predisposição ao entupimento. Desta maneira, possuem maior chance de desenvolverem outros problemas de saúde.

Um levantamento feito pela International Stroke Society (ISS) aponta que 15% dos pacientes que tiveram um AVC poderão falecer ou ser hospitalizados em decorrência de problemas nas artérias, como infarto ou um novo AVC, num período de um ano.

Fatores de risco

A maioria dos fatores de risco para AVC são passíveis de intervenção, portanto é possível se fazer um tratamento preventivo. A chamada prevenção primária.

Entre os fatores de risco que podem ser modificados destacam-se:

· Hipertensão;

· Diabetes;

· Tabagismo;

· Consumo freqüente de álcool e drogas;

· Estresse;

· Colesterol elevado;

· Doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;

· Sedentarismo;

· Doenças hematológicas.



No entanto, alguns fatores inerentes à vida humana, como o envelhecimento, podem predispor indivíduos a serem acometidos por AVC. A doença possui maio incidência sobre pessoas com idade superior a 55 anos. Características genéticas como pertencer à raça negra, ter história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC.

Reabilitação

Diretamente ligada à qualidade de vida, a reabilitação muitas vezes começa no próprio hospital, afim de que o paciente se adéqüe mais facilmente a sua nova situação e restabeleça sua mobilidade, habilidades funcionais e independência física e psíquica. Esse processo ocorre quando a pressão arterial, o pulso e a respiração estabilizam, muitas vezes um ou dois dias após o episódio de Acidente Vascular Cerebral.

Entre os focos iniciais encontra-se o combate à espasticidade, rigidez nos músculos que pode provocar deformações que impedem o paciente de executar alguns movimentos. Essas deformidades têm origem no permanecimento do paciente em posturas erradas em razão da dificuldade de movimento.

O processo de reaprendizagem exige paciência e determinação do paciente. O cuidador desempenha fundamental papel em todo o processo de reabilitação. Muitas vezes, ele é responsável por dar remédios nas horas corretas, em vista da possibilidade de esquecimento decorrente de alterações na memória.

Baseado na plasticidade cerebral, capacidade do cérebro de destacar células nervosas sadias para realizar funções de células danificadas. Para isso é necessário estimular, continuamente, os membros afetados pela doença.

Outro aspecto de considerável importância é a reintrodução no indivíduo no convívio social, seja por meio de leves passeios, compras em lojas ou quaisquer atividades comuns à rotina normal do paciente. Essa orientação é fornecida pelo Terapeuta Ocupacional outro profissional muito importante na reabilitação do paciente.


Veja mais sobre Neurologia em nossa coluna de Neurologia e Saúde com Dr. Paulo Caramelli





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