28/04/2008
Síndrome dos Ovários Policísticos
Dentre os principais sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos estão as alterações menstruais. “Como alterações menstruais são comuns, menstruações espaçadas são a principal característica dessas alterações. Mulheres com ovários policísticos têm apenas dois, três ou quatro episódios menstruais por ano”, explica o ginecologista Joji Ueno.
Outro sintoma é o hirsutismo, ou seja, o aumento de pêlos no rosto, nos seios e na região mediana do abdômen. A obesidade também é um sintoma freqüente. Na verdade, a obesidade piora a Síndrome. Às vezes, a paciente não tem as manifestações sintomáticas, mas quando engorda, elas aparecem.
A acne é outro sintoma da Síndrome dos Ovários Policísticos. Quando o andrógeno atua sobre o sistema pilossebáceo, aumenta a produção de pêlos e a de material oleoso pelas glândulas sebáceas, o que facilita a instalação das infecções características da acne. “É importante que a causa da acne em adolescentes seja pesquisada, pois pode tratar-se de ovários policísticos”, alerta o médico.
Como diagnosticar?
A Síndrome dos Ovários Policísticos surge, geralmente, na puberdade e vai até a menopausa. Alguns casos tornam-se assintomáticos com o tratamento, mas a doença é crônica. Por isso, é comum a mulher com ovário policístico procurar vários especialistas, ao longo da vida, em busca de tratamento. No entanto, a importância que se dá ao caso, depende da fase da vida que a mulher atravessa. Na puberdade e na adolescência, os pêlos causam maior incômodo. Depois, na idade do casamento, preocupam as alterações menstruais, que podem ser sinal de infertilidade. Há, também, o momento em que a obesidade representa o maior inconveniente. “A Síndrome assume maior ou menor relevância, de acordo com a fase de vida da mulher e, conseqüentemente, o tratamento deve respeitar os sintomas que se destacam em determinado período”, defende Joji Ueno.
O diagnóstico da doença ficou muito facilitado com o emprego do ultra-som. “Antigamente, fazíamos uma pneumopelvigrafia, um exame invasivo porque se aplicava uma injeção de ar no abdômen para visualizar melhor os órgãos pélvicos e tirava-se uma radiografia. Hoje, a sonda do ultra-som sobre a superfície externa do abdômen permite um diagnóstico preciso”, explica o diretor da Clínica Gera.
Normalmente, os ovários policísticos são visualizados por meio do exame de ultra-som ou no de toque realizado no exame ginecológico de rotina. Às vezes, basta examinar a paciente para localizar os dois ovários aumentados. “O ovário tem mais ou menos 9cm³. O ovário policístico chega a ter 20cm³, quer dizer, o dobro do volume. Além disso, sua aparência é típica: fica coberto por uma capa branca semelhante à albugínea que envolve o testículo, e os cistos formam uma saliência na superfície”, diz o médico.
Veja mais sobre o assunto em nossa coluna de Saúde Feminina com Prof. Dr. Mauricio Simões Abrão
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