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14/04/2014
Café: tomar ou não?

O Brasil inteiro tem um aroma peculiar. E ele vem de um delicioso e quentinho café. Famoso no mundo inteiro, nutritivo, estimulante e detentor de um sabor apaixonante, o ilustre “pretinho” possui estas e muitas outras características que fazem da bebida a preferida e uma das mais consumidas pelos brasileiros. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas ingerem diariamente cerca de quatro a cinco xícaras, o que coloca o cafezinho no topo da lista de consumo per capita de vários alimentos.

Vilão de insônias, arritmias e gastrites, o café pode ser mais benéfico para a saúde do que supõe a vã filosofia médico-popular. É o que diz o cardiologista Antonio Carlos Till. Ele lembra que foi o Papa Clemente VIII, ainda na Idade Média, que conferiu o nihil obstat ao uso diário do café, dando-lhe “direitos canônicos” porque a bebida era um ótimo estimulante para as necessidades de orações tardias.

Carlos Till explica que as reais propriedades do café e sua relação com os diversos órgãos do nosso corpo, no entanto, só nos tempos atuais são avaliadas sem preconceitos. O tipo de planta – se coffea arabica ou robusta – a maneira de torrar os grãos e o modo de preparo interferem em suas propriedades, assim como os componentes do café, sobretudo os ácidos clorogênicos. Estes, após a torrefação (que não seja excessiva), dão origem a diversos quinídeos que apresentam benefício como antioxidantes, antidiabéticos, pois aumentam a captação da glicose, têm um efeito opióide (antialcoolismo) e têm papel também na microcirculação sanguínea.

ANTIDEPRESSIVO - O efeito opióide é uma arma contra a depressão como alguns trabalhos no Brasil têm demonstrado. Isto porque o café bloqueia em nosso sistema límbico o desejo excessivo de autogratificação que faz muitas vezes o indivíduo frustrar-se, deprimir-se e buscar refúgio em fumo, álcool e drogas.

Não é por acaso que o café tornou-se sinônimo da primeira refeição do dia. Exatamente por suas características de estímulo à vigília, à concentração, à atenção, à capacidade intelectual e à modulação do humor, poucos dispensam o café da manhã. Além disso, a bebida é desprovida de valor calórico.

O grão verde de café possui não só ácidos clorogênicos e cafeína que, curiosamente, não é seu componente mais importante, também a niacina ou vitamina B3, bem como vários sais minerais, aminoácidos, açúcares e lipídeos.

HIPERTENSOR - Entre os efeitos cardiovasculares encontramos, é verdade, uma pequena elevação da pressão arterial que não excede, porém, de 3 a 4 mmHg, não acarretando nenhuma conseqüência mais importante. Outro efeito propalado ao longo do tempo seria o de o consumo de café produzir arritmias, algo só comprovado em pessoas que já apresentavam arritmia prévia, causando o café apenas um aumento.

ESTIMULANTE - Efeito interessante do café é visto em atletas. Sabemos que o exercício intenso leva ao aumento dos níveis de endorfina no cérebro, o que produz uma sensação de autogratificação para o indivíduo e o estimula a superar o cansaço e prosseguir no seu esforço. Dada a ação de bloqueio dos receptores opióides cerebrais pelo café, o cérebro produz maior quantidade de endorfinas para alcançar uma mesma sensação de autogratificação, fazendo então o atleta prosseguir mais e mais com seu esforço.

Assim sendo, atletas bem treinados que fazem uso regular de café – cerca de 4 xícaras médias/dia - teriam seus cérebros trabalhando contra a autogratificação, o que prolongaria sua resistência ao cansaço sem nenhuma forma específica de doping.

QUEM DEVE EVITAR - Elevação discreta da concentração de homocisteína e de colesterol no sangue foi observada em alguns estudos, não consistindo, porém, suficientes para aumentarem o risco cardiovascular.

Em relação ao aparelho digestivo o café estimula a secreção de ácido gástrico não sendo, portanto, recomendado para indivíduos portadores de úlcera ou gastrite, ou ainda, para aqueles que apresentam refluxo gástrico, pois pode agravar estas doenças e os sintomas a elas correlacionados.

Uma crença equivocada é a de que o café pode causar comprometimento da absorção da vitamina D e levar a osteoporose. Quando ingerido moderadamente não são observados estes efeitos.



Café X Sono

Além de excitante, por conta da célebre cafeína, a bebida produz alguns efeitos curiosos no organismo, principalmente quando se fala da sua relação com o sono. Mas afinal, o café tem mesmo o poder de inibir algumas horas de repouso ou isso já virou um mito?

Pesquisa recente realizada pela Universidade Técnica de Lisboa constatou que o consumo moderado de cafeína – cerca de cinco cafezinhos por dia – pode sim reduzir o período de sono. Inclusive, uma observação significativa do estudo é que o tempo de repouso diário dos voluntários, sob o efeito da substância, foi reduzido em 45 minutos.

Segundo a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, há pessoas, no entanto, que acabam ficando condicionadas e tolerantes aos efeitos da cafeína. “Nestes casos, mesmo que a pessoa imagine que não interfira no tempo de sono, a substância atrapalha, sim, a qualidade do descanso. Por ser excitante, ela aumenta o número de despertares, por isso, aconselhamos sempre evitar toda e qualquer bebida que contenha cafeína em sua fórmula algumas horas antes de dormir”, recomenda.

Mas, o que fazer para consumir o tão famoso cafezinho e ainda garantir um sono revigorante? Renata explica que, como tudo em excesso não faz bem, é possível conciliar a dosagem moderada de café por dia e, ainda ter um sono de qualidade, levando em consideração algumas dicas:

• Evite o consumo de café, chás ou refrigerantes à base de cola antes de dormir. Estes alimentos contém cafeína e prejudicam o sono. Para se ter uma noção, o tempo de permanência da cafeína no organismo é de aproximadamente oito horas;

• Procure dormir ao menos oito horas por noite. Estas horas fazem com que o organismo realize todas as funções necessárias durante o período noturno, além de proporcionar um descanso merecido;

• Utilize travesseiros adequados ao seu biótipo e de acordo com suas preferências pessoais. O modelo Altura Regulável é um dos mais indicados, pois possuem três camadas internas e possibilitam quatro opções de altura. O travesseiro adequado e com tratamento anti-ácaro ajuda a prevenir problemas de coluna, evitar a transpiração e, até mesmo, acabar com a recorrência de crises alérgicas;

• Tomar um banho morno ajuda a tirar todas as impurezas do corpo acumuladas durante o dia, além de ajudar a refrescar e, principalmente, relaxar;

• Evite refeições pesadas antes de deitar e, sobretudo, alimentos que promovam o aumento dos níveis de insulina (acionando assim o metabolismo). Quanto maior a refeição noturna, maior dificuldade de ingestão e pior o sono;

• Procure dormir em ambientes escuros. A luz prejudica os ciclos biológicos e a produção hormonal, já que, na claridade as produções de cortisol e melatonina são interrompidas, causando uma sensação de cansaço pela manhã;

• Evite distrair-se com outras atividades já estando deitado na cama. Algumas pessoas acreditam que ver TV, por exemplo, até ajuda a adormecer, porém, o que acontece é que o indivíduo não dorme profundamente, despertando vez ou outra.






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