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06/08/2007
Colina, nutriente cerebral!

Alerta: dieta feminina deficiente no nutriente colina pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro fetal

Novo estudo sugere que grávidas que ingerem quantidade do nutriente muito inferior ao recomendado, podem prejudicar funções importantes do cérebro do bebê, como a memória. Alimentação saudável com ingredientes à base de soja são caminhos para prevenção.

Colina é um nutriente fundamental para o desenvolvimento cerebral humano, com atuação relacionada à função da memória. Embora conhecida como o mais novo nutriente essencial, principalmente durante a gestação, os cientistas de Nutrição conhecem a colina há anos, mas somente hoje, entenderam o quanto este nutriente é indispensável. A Academia Nacional de Ciências (NAS), dos EUA, reconheceu a colina como um nutriente essencial em 1998. A colina, quando ingerida em quantidades ideais, pode afetar positivamente o desenvolvimento cerebral – incluindo a memória por toda a vida – saúde cardiovascular e função hepática.

Dentre os alimentos ricos em colina, estão a lecitina de soja, o bife de fígado e a gema de ovo. Contudo, os especialistas afirmam que a lecitina de soja é uma das fontes de colina mais bioativas do nutriente, além de ser natural e não conter colesterol.

Um novo estudo, chamado de “Choline Awareness in America”, realizado por pesquisadores de três universidades americanas de destaque, com a participação do Instituto Nacional de Saúde (EUA), sugere que mulheres norte-americanas não estão ingerindo a quantidade suficiente de colina para promover o desenvolvimento normal do cérebro do feto durante a gravidez.

No Brasil, o cardiologista e nutrólogo do IMeN - Instituto de Metabolismo e Nutrição, Carlos Daniel Magnoni, explica que este estudo é fundamental, pois comprova que o nutriente colina é considerado importante no desenvolvimento cerebral e mental do feto e da criança. “No desenvolvimento fetal, a colina é transportada através da placenta, da corrente sangüínea da mãe para o feto, numa concentração 14 vezes maior do que a existente no sangue da mãe (principalmente entre a 20º e 25º semana – período de formação do hipocampo, que é centro da memória). Da mesma forma, a concentração de colina no leite materno é 100 vezes maior que no nível da corrente sangüínea da mãe. E, por esta razão, é recomendado um nível de ingestão mais alto para mulheres grávidas ou em lactação”, revela.

Os pesquisadores descobriram que os americanos consomem em média somente 314 miligramas de colina por dia, muito menos que o recomendado pelos órgãos oficiais de saúde como a NAS: 425 miligramas (mulheres) e 550 miligramas (homens).

O Dr. Magnoni comenta que 314 mg de colina – a mesma quantia consumida em média pelos americanos - podem estar contidos na mesa do brasileiro numa refeição que inclua arroz, feijão, bife, salada e frutas, já que a maior fonte de colina do brasileiro é o feijão que ainda está presente no cardápio diário. “Levando em consideração que o brasileiro consumisse os 314 mg, de acordo com o estudo, ele ainda estaria longe da quantia recomendada pelos órgãos de saúde”, alerta Magnoni.

“A soja é um alimento-chave para os brasileiros. Pesquisas têm demonstrado que a lecitina e a colina, presentes na soja, atuam positivamente no desenvolvimento cerebral, principalmente a memória, ajudam também a reduzir os níveis de colesterol total e LDL, e os níveis de homocisteína no sangue - que podem estar associados a danos nas artérias e assim manter o coração saudável”, revela Magnoni.

BOX: Referência de Ingestão Adequada para Colina

De acordo com o Conselho de Alimentos e Nutrição dos Estados Unidos (US Food and Nutrition Board), durante a gravidez, é recomendado que a ingestão de colina seja de 450mg por dia. Para lactantes a recomendação é de 550 mg por dia.

Soja é rica fonte do nutriente Colina

A natureza incluiu altos níveis de colina em pouquíssimos alimentos. Muitos desses alimentos também têm alto teor de colesterol e gordura saturada – elementos que os especialistas em saúde recomendam evitar. Embora o organismo possa sintetizar alguma colina, as pesquisas mostram que as pessoas não podem produzir toda a colina de que necessitam. Portanto, é essencial que se obtenha colina na dieta alimentar.

Por outro lado, os especialistas em saúde acreditam que as dietas de muitas pessoas atualmente podem não fornecer uma quantidade suficiente de colina. Uma razão para isso pode ser que os indivíduos consumam menor quantidade de alimentos naturalmente ricos em colina à medida que reduzem a gordura e colesterol na dieta.

Excelente para promover a saúde e ajudar a prevenir doenças, a soja está hoje ainda mais acessível. “É preciso que as pessoas se conscientizem que adotar um hábito alimentar mais saudável não significa mais deixar o sabor e o prazer em comer bem. Vale ressaltar dois pontos: o primeiro é que a colina é um nutriente essencial que não pode ser sintetizado pelo corpo humano em quantidades necessárias, mas pode ser encontrado facilmente na soja; o segundo é que a lecitina de soja é uma fonte natural de colina de boa biodisponibilidade usada em produtos como barras de cereais, bebidas nutricionais, cereais matinais, produtos de panificação e para consumo direto”, revela Magnoni.

Dr. Magnoni ressalta que entre os benefícios da soja também estão: a ajuda na redução do colesterol, redução na perda óssea e também redução na proliferação de doenças neoplásicas, além da reatividade vascular e ajuda na performance física.

Pesquisa mostra confusão do público sobre colina

Muitos americanos não sabem dizer a quantidade de colina que consomem por dia e não compreendem o papel do nutriente na dieta humana, de acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, no mês agosto de 2006, 14% dos entrevistados disseram não saber o quanto do nutriente consome por dia. Participantes acima dos 65 anos e entre 25 e 34 anos tiveram mais dificuldade em estimar a quantidade de colina ingerida diariamente.

Em 2001, o FDA determinou que fabricantes poderiam fazer recomendações sobre a colina na embalagem de seus produtos indicando-a para problemas moderados de memória associados com a idade. “Aumentar a quantidade de colina em alimentos processados e identificar na embalagem dos produtos que são boas fontes de colina, podem ajudar a direcionar a opinião pública”, de acordo com Dr. Greg Paul, PhD, nutricionista e diretor global de Nutrição da The Solae Company.

Paul disse que uma das maneiras mais fáceis de impulsionar níveis de colina em alimentos processados é adicionar quantidades extras de lecitina de soja, um emulsificante natural usado há muito tempo como um ingrediente funcional no alimento.






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