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29/08/2013
Cafeína e Emagrecimento: utilizar ou não?



A cafeína é uma substância famosa em todo o planeta por suas propriedades estimulantes. Sua utilização é documentada desde a antiguidade, onde vegetais de inúmeras espécies como cacau e diversas ervas eram consumidos com o intuito de “despertar, animar e até alegrar”. Já na atualidade, as principais fontes são bebidas como o café e o guaraná (bebida genuinamente brasileira).

É quimicamente classificada como um alcaloide da classe das xantinas; possui solubilidade moderada, e é facilmente difundida através das membranas biológicas. Sua taxa de absorção é de praticamente 100% pelo trato gastrointestinal e atinge concentração plasmática máxima em torno de 30 a 60 minutos após a ingestão via oral. Sabe-se também que em doses de 10mg/kg (para uma pessoa de 80kg, isso equivale a 8 xícaras de café expresso) sua meia-vida, ou seja, o tempo para sua concentração no organismo reduzir pela metade, varia de 2,5 até 10h.

De acordo com Prof. Dr. Luiz Carlos Carnevali Junior graduado em Educação Física, especialista em Fisiologia do Exercício, mestre em Biologia Celular e Molecular e doutourando no Instituto de Ciências Biomédicas na Universidade de São Paulo (ICB-USP) entre as principais ações ergogênicas da cafeína são relatadas a estimulação do sistema nervoso central, do músculo cardíaco, o relaxamento da musculatura lisa e uma ação diurética nos rins, sempre em um mecanismo dose-dependente.

A cafeína é também alvo de estudos por atuar como uma catecolamina, se ligando a receptores β-adrenérgicos e aumentando a lipólise (mobilização de gorduras) no tecido adiposo.

É bom que saibamos que existe uma diferença entre mobilizar e “queimar” (oxidar) gorduras. O processo de diminuição do percentual de gordura corporal envolve as duas etapas: Após a mobilização, é necessário oxidar a gordura mobilizada, caso contrário, a mesma retorna ao tecido adiposo, onde permanece estocada até que haja um novo estímulo para sua mobilização.

Acredita-se que por esta ação, a cafeína melhora o rendimento esportivo em atividades de longa duração, mobilizando uma maior quantidade de gordura, que servirá de substrato energético, e ocasionando por consequência uma economia de glicogênio (estoque de carboidratos). A queda nos estoques de glicogênio é relatada como um dos fatores que influenciam na queda no rendimento em atividades de longa duração.

Em exercícios máximos de alta intensidade, através de mecanismos menos conhecidos, a cafeína poderia ter uma ação no aumento da propagação do impulso nervoso e alguns efeitos neuromusculares, facilitando assim o recrutamento de fibras e melhorando adaptação fisiológica ao exercício.

Devido a inúmeros estudos relacionarem um aumento no rendimento esportivo e o consumo de cafeína, o Comitê Olímpico Internacional até o ano de 2003 colocava esta molécula na lista de substâncias proibidas (doping), quando detectada em valores acima de 15mg/mL de urina. Contudo, por ser extensamente consumida por meio de bebidas como cafés ou chás, desde 2004 a Agência Mundial Antidoping retirou a cafeína do grupo de substâncias proibidas, sendo sua utilização atualmente apenas monitorada.

Podemos concluir que a cafeína leva a uma melhora no desempenho esportivo e seu consumo pode contribuir para o emagrecimento quando aliado à prática de exercícios físicos regulares, através dos mecanismos estimuladores de lipólise promovidos pela cafeína, e o aumento da oxidação de gorduras promovido pelo exercício, contudo, o nível de aptidão física e demais variáveis do treinamento não podem ser deixados de lado ao avaliar sua eficiência.





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Alimentos sem Segredos com Rosamaria Da Ré

Nutrição com Dra. Rosana Farah

Por Dentro dos Alimentos com Dra. Nicole Valente

Nutrição e Pediatria com Dr. Mauro Fisberg

Endocrinologia e Saúde com Dr. Filippo Pedrinola

Fitoterapia com Dra. Vanderli Marchiori





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