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15/07/2013
Qual o melhor anticoncepcional para você?

Mitos que cercam o assunto ainda são difíceis de serem quebrados



Os anticoncepcionais são os queridinhos das mulheres há mais de 50 anos. Com a sua evolução, cada vez mais mulheres estão adotando o método para evitar uma gravidez indesejada e garantir outros benefícios que o anticoncepcional proporciona. Para se ter uma ideia da importância do anticoncepcional, a Organização Mundial da Saúde reconheceu que o seu uso reduz as chances de desenvolver câncer de ovário e endométrio, anemia, doenças inflamatórias pélvicas, endometriose e cisto de ovário.

Se você está na dúvida sobre qual anticoncepcional usar, procure um ginecologista e não a sua amiga, pois o método que ela usa pode não ser bom para você e pode ainda causar efeitos colaterais indesejáveis. Segundo a ginecologista e obstetra Dra. Erica Mantelli (CRM 124.315), o método anticoncepcional não deve ser usado apenas para impedir uma gravidez indesejada, mas também auxiliam no tratamento e prevenção de outras doenças. “Hoje, as mulheres tendem a menstruar dez vezes mais do que antes porque estão optando em adiar a maternidade. Mas, depois de tantos ciclos sucessivos, a maioria delas fica sujeita a desenvolver doenças como endometriose e miomatose uterina (miomas), que estão entre as principais causas de infertilidade feminina”, explica. É nesse momento que o uso da pílula, por exemplo, pode ser recomendada. “O anticoncepcional diminui os riscos desses problemas por bloquear a ovulação, mantendo os níveis de progesterona mais baixos”, completa a ginecologista.

A progesterona e o estrogênio, juntamente com o androgênio, regulam a ovulação, a menstruação e outras funções relacionadas à reprodução. “No caso da pílula, a progesterona fica responsável por interromper a ovulação, e o estrogênio tem a função de controlar o sangramento. A mistura desses hormônios muda de organismo para organismo, o que significa que em algumas mulheres podem ocorrer efeitos colaterais. Por isso, é importante consultar um ginecologista antes de escolher seu método”, afirma Mantelli.

Ainda há muitas dúvidas e mitos em torno do assunto que precisam ser esclarecidos, para que o uso seja consciente.

Na opinião do ginecologista Dr. Gilberto Henriques Netto, “melhorou muito a informação a respeito do ACH (anticoncepcional hormonal), porém, ainda hoje, ele é cercado de uma série de mitos que parecem cimentados no pensamento das mulheres e que, muitas vezes, são difíceis de serem quebrados. São coisas como: causam celulite, engordam, dão câncer, secam o útero impedindo gravidez, se usados por muito tempo podem causar perda do efeito, entre outras. Por isso, qualquer dúvida deve ser esclarecida com o ginecologista”, salienta.

Sobre os benefícios do anticoncepcional, o especialista diz que são classificados de acordo com os tipos. “Temos os contraceptivos propriamente ditos e os extra contraceptivos. Algumas mulheres, por exemplo, usam anticoncepcional para tratar de TPM, irregularidade menstrual, suprimir ou determinar as menstruações, cólicas, enxaqueca menstrual, controle de fluxo, endometriose e mais uma série de outras indicações, ou seja, o ACH não é usado apenas para evitar ou planejar as gestações”.

Porém, Dr. Gilberto alerta que existem contraindicações absolutas e relativas, como em toda e qualquer tipo medicação. “As mais frequentes contraindicações, que inviabilizam o uso do ACH, são em pacientes que tiveram trombose, infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, tumores hormônio dependentes (por exemplo, o câncer de mama). Consideramos contraindicações relativas, a amamentação, hipertensão arterial, algumas associações com tratamentos neurológicos e psiquiátricos, pacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica e em outras ocasiões nas quais devemos selecionar qual é a melhor composição e via de administração do ACH”.


Pílula, DIU, adesivo, tabelinha: qual escolher?

De diversas marcas, tipos e formas de manuseá-los, os anticoncepcionais apresentam a mesma finalidade: evitar que óvulo seja fecundado pelo espermatozoide, ou seja, impedir uma gravidez indesejada. Para que a sua eficácia seja de 99%, é importante escolher o método ideal para o seu corpo. Veja quais são eles:

1. Pílulas orais
Com uma variedade de dosagens e composições, as pílulas são eficazes e evitam a gravidez quando tomadas de acordo com a orientação médica, sempre nos mesmos horários e fazendo as pausas recomendadas para cada tipo. “As pílulas são combinações de progesterona e estrogênio, que ajudam no controle da menstruação, reduzem as cólicas em até 80% e interrompem a ovulação”, disse Mantelli. A pílula deve ser escolhida de acordo com a idade, doenças prévias, levando em consideração o volume de sangramento, tensão pré-menstrual, tipo de pele, medo de engordar, cólica menstrual e se deseja ou não menstruar.

É importante lembrar que alguns medicamentos interferem com a eficácia do anticoncepcional, como alguns antibióticos, laxantes, antidepressivos e remédios para emagrecer, por isso, sempre que for preciso fazer algum tratamento medicamentoso, converse com seu médico e fale qual o anticoncepcional está usando.


2. Minipílula
Tem eficácia menor do que a das pílulas comuns por ser composta de progesterona em baixa dose. “A minipílula deve ser tomada diariamente para reduzir e engrossar o muco cervical com o objetivo de impedir que o espermatozoide alcance o óvulo. Além disso, ela diminui o fluxo da menstruação, protege contra o câncer endometrial e de ovário”, alerta a ginecologista. É mais recomendada para mulheres que tiveram filho e ainda estão amamentando, sendo indicado também para aquelas que não podem tomar estrogênio ou que têm risco de doenças tromboembólicas.


3. Adesivo
Feito com estrogênio sintético e progesterona, o adesivo deve ser aplicado na região posterior do ombro, virilha ou na parte superior da nádega. É retirado a cada sete dias, durante três semanas. Após o uso do terceiro adesivo, deve ser realizada uma semana de pausa para a menstruação. Antes de adotar o adesivo como método, converse com o seu ginecologista sobre a sua eficácia.


4. Anel Vaginal
O anel libera os hormônios como estrogênio e progesterona no sangue sendo bastante eficaz para evitar a concepção. O seu desenho oval e a sua flexibilidade garantem um conforto na região íntima feminina. Ele deve ser inserido pela própria mulher e permanece por 21 dias com interrupção de uma semana para menstruar. O anel não sai e não é sentido durante a relação sexual, desde que esteja inserido corretamente.


5. Injetáveis
Os injetáveis são recomendados por mulheres que esquecem com facilidade de tomar a pílula e necessita de prescrição médica. Geralmente, a injeção intramuscular é mensal ou trimensal. Apesar de seus benefícios, muitas mulheres se queixam do aumento de peso devido à quantidade hormonal utilizada nas doses, o que favorece a retenção hídrica. Os efeitos colaterais vão depender do tipo do hormônio utilizado, se é estrógeno combinado com progesterona, ou se é apenas com progesterona.


6. Implante subcutâneo
O implante hormonal é cilíndrico e tem aproximadamente quatro centímetros de comprimento e dois milímetros de espessura. É um implante em plástico, macio e flexível. O implante é colocado por um médico por baixo da pele do braço e aos poucos ele vai liberando doses de hormônios (progesterona) diárias no organismo por vários anos, sendo indicado para mulheres que amamentam ou têm endometriose.


7. Dispositivo intrauterino (DIU)
Sua eficácia contra a gravidez é de 99,6% e os efeitos colaterais podem ser o aumento do sangramento menstrual, duração da menstruação e cólicas. Não é recomendado para mulheres com anemia severa justamente porque aumenta o fluxo menstrual, e, assim, poderia agravar a doença. “O dispositivo intrauterino é colocado pelo ginecologista dentro do útero da paciente. Embora seja um método seguro, ele não protege o casal das doenças sexualmente transmissíveis”, ressalta Mantelli.


8. Dispositivo intra-uterino medicado
Existe também o dispositivo intra-uterino medicado, que contém progesterona e pode ser utilizado por até 5 anos consecutivos. Este tipo de DIU medicado não aumenta o sangramento, e a mulher tende a ficar em amenorréia (sem menstruação). Durante alguns meses pode apresentar pequenos sangramentos. É um método muito eficaz contra gravidez e também para tratamento de tensão pré-menstrual, cistos de ovários e endometriose. Como a usuária deste método raramente apresenta sangramento, é indicado também para mulheres com anemia, sangramento intenso e cólicas menstruais.


9. Preservativos feminino e masculino
São os métodos mais seguros, já que além de evitar a gravidez, também protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. A camisinha masculina cobre o pênis durante a relação sexual e impede o contato do sêmen com a vagina. O esperma fica retido e os espermatozoides não entram no corpo da mulher. Já a camisinha feminina pode ser colocada até oito horas antes da relação sexual e também é um método de barreira que não deixa com que o espermatozoide entre no corpo feminino.


10. Tabelinha
A tabelinha é um método que não deve ser usado, já que a sua eficácia é duvidosa. “Mesmo calculando as datas do dia fértil, as chances de engravidar ainda são grandes. Por isso, a tabelinha não é um método seguro e recomendado para quem deseja impedir uma gravidez indesejada, além de também não prevenir a transmissão de doenças”, aconselha Mantelli.

Algumas doenças como hipertensão, diabetes, câncer, trombose, infarto e derrame contraindicam o uso de anticoncepcionais hormonais, por isso, sempre converse com seu ginecologista para que ele indique o método mais eficaz e seguro para sua saúde.


Dr. Gilberto finaliza: “A utilização incorreta ou o medo de usar os ACH, além de poder causar uma gravidez indesejada, pode privar a mulher moderna de viver plenamente todos os dias mês, sem ter que ouvir aquela velha expressão: Ela está naqueles dias!”.

Converse com seu médico ginecologista e escolha, juntamente com ele, o melhor método para você!


Veja mais sobre o assunto em:

Saúde Feminina com Prof. Dr. Mauricio Simões Abrão





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