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15/04/2012
Vista cansada

Tratamento é diferente aos 40 e aos 60 anos de idade

A presbiopia, ou vista cansada, é uma condição que acomete todas as pessoas a partir dos 40 anos de idade e seus métodos de tratamento variam conforme o perfil do portador e pela faixa etária. “A abordagem cirúrgica de um paciente présbita jovem, isto é, com 43 anos de idade, é diferente da realizada para pessoas que têm a partir dos 60 anos”, explica oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Mario Jampaulo (CRM 12406/DF).

A presbiopia é consequência das alterações na musculatura ciliar, aquela que proporciona a contração do cristalino - lente natural que tem a função de focar os objetos de perto. O cristalino progressivamente vai perdendo competência e a visão de perto tende a piorar.

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) apontam que 38 milhões de brasileiros apresentam o quadro de presbiopia atualmente. “Com o aumento da expectativa de vida, esse volume tende a crescer”, reforça Jampaulo ao esclarecer que a dificuldade para enxergar de perto não se restringe aos momentos de leitura, mas impacta na vida social e profissional dos pacientes. “O grande reflexo social é que aos 40 anos de idade uma pessoa está plena, ativa, produtiva e a tecnologia empregada nas tarefas cotidianas como o computador, tablets e smartphones exige alta qualidade de visão para perto e intermediária permanentemente”, avalia o médico do HOB.

Córnea e cristalino– Ainda não existe nenhum tratamento direcionado à causa da presbiopia que faça essa musculatura trabalhar de novo normalmente. “Os tratamentos atuais vão desde a compensação com o uso dos óculos ou de lentes de contato até os procedimentos cirúrgicos”, informa Jampaulo. “Nos pacientes jovens, que têm o cristalino saudável, transparente e em pleno funcionamento no foco para perto, as estratégias de tratamento têm como sítio cirúrgico a córnea. Já nos pacientes com idade mais avançada, o tratamento fixa-se no cristalino”, compara.

Entre os presbitas que estão na faixa dos 40 anos de idade, a principal técnica utilizada para tratar a presbiopia, também considera a mais simples é a báscula ou visão balanceada. O método consiste em gerar no paciente um olho com boa visão para longe e outro para perto. O cérebro gerencia as imagens e o paciente dispensa o uso de quaisquer óculos. Segundo Jampaulo, a técnica é “uma condição em que se prioriza a visão do olho diretor, aquele usado para mirar, para longe e do olho não-diretor para perto. Esse conjunto é capaz de fornecer uma boa visão social longe-perto".

A boa visão social é, segundo o especialista, aquela que atende às necessidades diárias do présbita em plena atividade produtiva.

Existem ainda os indivíduos que precisam melhorar as visões para longe e a intermediária, como os motoristas e as pessoas que fazem uso contínuo de computadores.

“Quando priorizamos a visão para longe ou a intermediária, que é mais precisa, o presbylasik é o tratamento indicado. No entanto, é necessária a avaliação criteriosa do médico, porque nem todo paciente pode se submeter a esse procedimento. Essa técnica, associada ao flap (incisão) perfeito feito pelo laser de femtossegundo, tem mostrado resultados muito bons” avalia o oftalmologista. O laser de femtossegundo é uma ferramenta de última geração utilizada em cirurgias refrativas e de córnea.

Intracorneano - Além das técnicas descritas anteriormente existem os implantes intracorneanos. “Trata-se de uma modalidade cirúrgica nova, menos invasiva ainda, em que o laser de femtossegundo, extremamente rápido, preciso e moderno, consegue abrir espaço na córnea sem cortá-la para o implante de uma lente extremamente fina, chamada presbya. Essa lente tem 3mm de diâmetro e 20 micra (0,012mm, um décimo de uma folha de papel) de espessura, colocada estrategicamente em uma posição central da córnea de forma individualizada para cada paciente. Essa lente consegue proporcionar significativa melhora na visão para perto do olho não-dominante”, descreve o especialista do HOB nesta técnica.

“Para cada fase da vida do paciente, existe uma estratégia diferente de tratar a presbiopia. Mesmo que a vista cansada continue progredindo após os procedimentos, o que é uma condição natural do organismo, o paciente operado sempre terá visão melhor do que a de um paciente não-operado”, observa o médico.

Intraoculares– Os pacientes présbitas com mais de 60 anos de idade, mesmo que já tenham passado por tratamento contra a presbiopia quando mais jovens, vão precisar submeter-se a um novo procedimento cirúrgico para tratar a catarata, substituindo o cristalino, que começa a perder transparência nesse período da vida. Mário Jampaulo explica que para esta fase, a oftalmologia tem o recurso dos implantes intraoculares, que também realizam a compensação da vista cansada quando as lentes bifocais ou multifocais são escolhidas para substituir o cristalino. Implantes intraoculares permitem melhoria nas visões de longe, perto e intermediária em ambos os olhos e proporcionam maior independência às pessoas, conclui o médico.

Veja mais sobre o assunto em nossa coluna de Oftalmologia e Saúde com Dr. Claudio Lottenberg





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