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20/11/2011
Substâncias “milagrosas”?

Cada vez mais as pessoas querem o emagrecimento fácil e lançam-se novos produtos. Mas será que funcionam? Ouve-se muito falar em "fat burners" ou apenas queimadores de gordura. Será que eles funcionam realmente ? Quais são eles ? Veja logo abaixo – algumas das substâncias que selecionamos para vocês:

Carnitina:
Outro composto amplamente distribuído no mercado de suplementação, é utilizada com o objetivo de aumentar a oxidação lipídica. A carnitina é sintetizada no corpo e é essencial no transporte dos ácidos graxos para dentro da mitocôndrias, onde são oxidados. Tem sido proposto que aumentando a disponibilidade de carnitina dentro das mitocôndrias teria efeito estimulante sobre o metabolismo oxidativo. No entanto, os trabalhos científicos não demonstraram este efeito quando avaliaram a suplementação de carnitina sobre a oxidação de gordura, o que poderia ser benéfico para atividades de resistência aeróbia. Dois fatores podem justificar estes resultados, primeiro: não existe evidência que ocorra deficiência de carnitina em humanos saudáveis. Carnitina está presente na dieta nos produtos de origem animal e produtos lácteos, além de ser sintetizada a partir da lisina e metionina no fígado e nos rins. Segundo, a etapa limitante da oxidação das gorduras não é a concentração de carnitina dentro da célula e sim as concentrações de CoA dentro das mitocôndrias, o qual apenas é elevada com o treinamento aeróbio.

Cafeína:
A cafeína é estimulante porém devido seu uso comum e antigo é considerado socialmente aceito, e talvez seja a droga estimulante mais usada em todo o mundo. O uso da cafeína não é proibida no esporte, entretanto existe um limite aceito de 12mg/ml de urina. Caso na dosagem de cafeína maior dos valores permitidos o atleta pode ser eliminado da competição. As razões para que colocam a cafeína como ergogênico são suas ações sobre o sistema nervoso central (retardando a percepção do esforço ou maior centro motor - atenção, mas ainda são especulações baseado em relatos), sobre tecido adiposo (aumentando a oferta de ácidos graxos ao músculo, aumentando a oxidação de gorduras, o que pode poupar as reservas de glicogênio muscular e assim, aumentar o tempo da duração do exercício.

A cafeína pode apresentar alguns efeitos que podem ser prejudiciais para desempenho das atividades. São estes: taquicardia (hipertensos), insônia, dores de cabeça, irritação e sangramento gastrointestinal, e estímulo à diurese. A ação diurética da cafeína é freqüentemente enfatizada, particularmente em situações onde a desidratação é o principal fator analisado. Competições em lugares quentes, úmidos a desidratação pode ter efeito negativo sobre o desempenho. Atletas competindo nestas condições são recomendados a aumentar sua ingestão de fluidos, mas também recomenda-se evitar o consumo de chás e café devido sua ação diurética.

Creatina:
A creatina, ou ácido metil guanadinoacético, é formada a partir de três aminoácidos (arginina, glicina e metionina). Está presente em fontes de carne e peixe, e é endogenamente sintetizada no fígado e pâncreas. Em média um homem de 70 kg tem um pool de creatina corporal de 120g, este está sujeito à degradação constante em creatinina, o qual é excretado na urina numa taxa de aproximadamente 2g/d. A maioria do pool de creatina total está presente nos músculos (65%) na forma fosforilada (fosfocreatina).

A fosfocreatina tem papel fundamental no metabolismo energético da contração muscular, durante exercícios de alta intensidade e curta duração. Nestas situações é predominante na produção de energia o sistema ATP-CP, no entanto as reservas musculares de ATP podem ser esgotados dentro de 2 segundos do início da contração muscular e a ressíntese do ATP ocorre predominantemente a partir da fosfocreatina e glicogênio muscular, resultando numa taxa cumulativa de ressíntese de ATP durante os primeiros 6 segundos de exercício máximo. Desta forma a concentração de ATP muscular pode ser mantida em algum grau durante simples ou repetidas sessões de exercício máximo de curta duração. A queda da ressíntese de ATP está associada com declínio do desempenho. Assim, as concentrações de fosfocreatina e glicogênio musculares são pontos importantes para ressíntese de ATP, e conseqüentemente, no desempenho de exercícios de alta intensidade.

Como age sobre a performance?
A suplementação com creatina é beneficiada em atividades com dependência na hidrólise da FC, situações como: transição de repouso para o exercício; transição de mudança de intensidade do exercício para uma ainda maior; intensidades acima de 90%VO2 max e locais com baixas disponibilidade de oxigênio (altas altitudes).

Ajuda na força muscular?
Atualmente não se sabe se a resposta tem alguma relação com o desempenho de exercícios de força. No entanto, vários estudos relataram melhora na força dinâmica (1RM). Ao contrário, é importante lembrar que a suplementação com creatina não teve efeito sobre teste de força isométrica máxima ou produção de força máxima (ACSM, 2000).


O que muda na composição corporal?
Muitos estudos relataram aumento do peso corporal (1 a 2 kg) após suplementação com creatina (4x5g/d) e tem sugerido que este ganho de peso corporal seja na forma de massa magra. Acredita-se que este aumento seja decorrente da retenção hídrica e/ou acúmulo de glicogênio muscular, mas ainda é necessário maiores pesquisas que provem qualquer ação da suplementação de creatina sobre síntese proteica e ganho de massa muscular. Principalmente pelo curto período de suplementação.

Ajuda na saúde?
Alguns trabalhos foram e são conduzidos para avaliar os efeitos da suplementação sobre a saúde. Dentre estes parâmetros são analisados sensações de náuseas, vômitos, diarréia, função renal e hepática. Porém ainda não são totalmente fundamentados em literatura científica, principalmente no que se refere à suplementação à longo prazo. A falta de efeitos prejudiciais não a tornam segura, apenas quando todas as possibilidades teóricas sejam eliminadas.





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