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20/11/2011
Especialista esclarece dúvidas sobre alimentos transgênicos

Há mais de 25 anos em diversos países, bactérias, leveduras e fungos geneticamente modificados atuam diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos como queijos, embutidos, pães, massas, vinhos, sucos, cerveja, entre outros. No Brasil, os transgênicos chegaram na década de 90 e desde então, estão presentes no dia a dia dos brasileiros.

Atualmente, estão autorizados no País o cultivo de soja, milho e algodão geneticamente modificados para a produção de alimentos e ingredientes. No entanto, o consumidor ainda possui muitas dúvidas sobre o assunto. De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), realizada pelo Ipsos em 2010, 74% dos brasileiros nunca ouviram falar em transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGM). O especialista Dr. Walter Colli, médico e bioquímico, ex-presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e professor titular aposentado do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), esclarece as principais dúvidas e mitos relacionados ao tema.

1. O que são alimentos transgênicos?

Os alimentos transgênicos são alimentos que foram geneticamente modificados por meio da técnica da transgenia, ou seja, receberam um ou mais genes de outros organismos em seus genomas (conjunto de todos os genes) para apresentar novos benefícios como resistência a pragas, melhor qualidade da matéria-prima e maior produtividade. Existem também diversas pesquisas em andamento para o desenvolvimento de alimentos transgênicos enriquecidos com vitaminas e minerais como soja com ômega 3 e o arroz dourado que recebeu betacaroteno, precursor da vitamina A que começará a ser o cultivado em Bangladesh e nas Filipinas no início de 2013.

O primeiro produto para uso humano derivado dessa tecnologia, no caso dos alimentos, foi uma enzima para produção de queijos, aprovado nos Estados Unidos na década de 80. Desde então os derivados de dezenas de plantas e microrganismos geneticamente modificados vêm sendo aprovados para os mais diferentes usos em todo o mundo. Na indústria alimentícia, além dos ingredientes derivados de plantas como soja, milho e canola, que são encontradas em grande escala, há também vitaminas, enzimas, corantes, espessantes e outros aditivos aprovados há mais de uma década. Esses alimentos podem ser utilizados para consumo direto, como insumo ou ingrediente na cadeia de produção de outros alimentos.

2. Por que os alimentos transgênicos são produzidos? E quais suas vantagens?

A engenharia genética ajuda no desenvolvimento de alimentos mais seguros, saudáveis e nutritivos. Além de reduzir as perdas na lavoura, criando frutas e hortaliças que demoram a amadurecer ou plantas mais adaptadas às condições adversas do ambiente, a engenharia genética pode incrementar o valor nutricional de um alimento e diminuir a quantidade de substâncias indesejáveis nos alimentos como aquelas que causam alergias. Cientistas de importantes academias de ciência nacionais e internacionais divulgaram um relatório técnico defendendo a adoção de plantas geneticamente modificadas na agricultura como forma de reduzir a fome no planeta e melhorar a qualidade dos alimentos consumidos pela população. Para os cientistas, a biotecnologia é uma das maneiras mais eficazes de combater o problema, não só pelo aumento da produtividade agrícola, como também pela melhora da qualidade dos alimentos.

3. O consumo deste alimento é seguro?

Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série de testes que avaliam a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal. Diversas entidades internacionais apoiam os transgênicos como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Segundo estudo realizado pela Comissão Europeia, divulgado em 2011, os transgênicos são tão seguros quanto suas variedades convencionais para a saúde e o meio ambiente.

No Brasil, a Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005) exige que qualquer organismo geneticamente modificado passe pela avaliação criteriosa da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Esta comissão é composta por cientistas e especialistas de saúde humana, saúde animal, biotecnologia, da área vegetal, agricultura familiar e defesa do consumidor, além de representantes da sociedade civil e dos Ministérios do Meio Ambiente, Saúde, Ciência e Tecnologia, Agricultura e Desenvolvimento. Eles avaliam cada pedido de pesquisa ou comercialização de OGM no Brasil e só liberam um produto transgênico após analisar o resultado de diversos testes de biossegurança.

4. Quais tipos de alimentos geneticamente modificados estão disponíveis no Brasil?

No Brasil, estão autorizados o cultivo de soja, milho e algodão geneticamente modificados, que poderão ser utilizados na produção de alimentos e ingredientes. No mês de setembro deste ano, a CTNBio aprovou o primeiro feijão geneticamente modificado do mundo, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O produto resiste a uma das maiores doenças da cultura do feijão: o mosaico dourado, transmitido pela mosca branca. O feijão transgênico ainda passará por alguns procedimentos técnicos e as sementes deverão chegar aos produtores em três anos.

5. Como identificar um alimento transgênico?

O direito de informação é assegurado ao consumidor por meio da rotulagem dos alimentos, regulamentada pelo Decreto nº 4680/03. Conforme a legislação, todos os alimentos ou ingredientes alimentícios com presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) acima de 1% da composição final do produto deverão apresentar essa informação em seus rótulos, representado por um triângulo amarelo e um “T” no centro.






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